Na abertura do 19º Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico – ENASE 2022, evento realizado no Rio de Janeiro, pelo Grupo CanalEnergia by Informa Markets, o primeiro painel do dia abordou os “Desafios da Governança Setorial para o Quatriênio 2023-2026”. As principais autoridades do setor elétrico debateram sobre os temas, a Abertura do Mercado Livre – Cronograma e desafios; a Modernização do Setor Elétrico – PL 414 e outras medidas; a Operação em tempos de mudanças climáticas e sobre a Transição Energética e as novas tecnologias.

De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a função da instituição é olhar para o futuro e os problemas de curto prazo, podendo assim, preparar ações que possam auxiliar nas tomadas de decisões mais à frente, compreendendo os papéis técnicos e avançando na agenda do setor elétrico.

Para Thiago Barral, presidente da EPE, nesse momento existe um consenso em torno da importância do PL 414, visando o engajamento das empresas e uma melhora para os consumidores. Segundo Barral, o setor precisa se unir em torno dessa pauta. “Fico feliz com o posicionamento da secretária Marisete Dadald sobre a importância do PL 414 e a possível aprovação até o final deste ano”, declarou ele, lembrando que a secretária disse em sua participação no evento, que o PL deve ter tramitação rápida na Câmara dos Deputados.

Ainda de acordo com o Barral, o Plano Nacional de Energia (PNE), divulgado no final de 2020, trabalhou na elaboração da neutralidade de carbono no Brasil e abordou um conjunto de políticas públicas baseados nas transformações que será preciso passarmos. “O PNE trouxe um portfólio de energia limpa e novas tecnologias para a transição energética e que estão sendo incluídas na agenda de pesquisas da EPE”, ressaltou Barral.

As tomadas de decisões precisam ser feitas com resiliência e maturidade para poder trazer previsibilidade ao setor. E para Thiago Barral, isso traz à tona o papel das transmissões e das hidrelétricas. “Não é possível esperar que a geração seja definida para começarmos a pensar na transmissão. O grande desafio é contratar a transmissão e realizar a formatação nos leilões”, destacou. Sobre as hidrelétricas, o Plano Decenal visa combinar os modelos de contratação. “O ano de 2021 trouxe muito aprendizado para enfrentarmos a crise de escassez hídrica e a importância do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) foi fundamental para esse momento, no entanto, é preciso trabalhar para amadurecer e entender o uso hidráulico”, completou Barral.

Para encerrar sua participação no primeiro painel, Barral informou que um novo estudo sobre o desafio no plano de recuperação de reservatórios está praticamente pronto, e que o estudo traz informações com foco nos próximos 10 anos e não somente para os próximos 4 anos.