A concordância na necessidade de modernização do setor esteve em alta durante o primeiro dia do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico, evento promovido pelo Grupo CanalEnergia/Informa Markets, realizado nesta quarta-feira, 8 de junho, no Rio de Janeiro (RJ). A necessidade e a urgência na aprovação do PL 414, encaminhado para uma comissão especial essa semana, deu o tom das falas. A secretária executiva do MME, Marisete Pereira, lembrou que o setor enfrentou muitos desafios e transformações nos últimos anos. A necessidade de modernização do setor vem na esteira de uma série de transformações, que resultam no consumidor não querer mais apenas o acesso, mas todos os serviços que a eletricidade pode proporcionar.

Para o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Thiago Barral, houve avanços em uma série de aspectos o setor, como o preço horário e os indicadores de segurança do suprimento, o que para ele foi fundamental no desenvolvimento no planejamento dos leilões. Para ele, há consenso em torno do PL 414, com a abertura do mercado. Barral pediu a união no setor em favor do projeto, já que o arcabouço regulatório atual está obsoleto. “Não representa mais as necessidades do setor hoje, muito menos do que enxergamos para o futuro”, explica.

Barral salientou a relevância do papel da transmissão, que vai demandar altos investimentos e garantir o crescimento da oferta e da demanda. “Não dá mais para esperar a geração ser definida para pensar na transmissão”, aponta. Ele também ressaltou o trabalho em conjunto feito por várias instituições do setor na crise hídrica de 2021.

O diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Carlos Ciocchi, quer aproveitar o momento de estabilidade na operação, após a crise hídrica. De acordo com ele, a modernização significa ser ágil para reagir de modo rápido e estruturado a todas as mudanças que vem acontecendo no setor elétrico.

Para Ciocchi, o setor elétrico brasileiro tem uma história de grandes projetos e agora precisa ser efetivo e rápido. O executivo do ONS pede um fortalecimento de todas as instituições do setor, como o consumidor, as empresas e os operadores. “Precisamos pensar de forma organizada para ver o futuro do caminho que temos que traçar”, avisa. O aprendizado na gestão dos recursos hídricos foi outro ponto que o diretor do ONS lembrou como ações que geraram bons resultados.

A diretora-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, Camila Bomfim, destacou que a governança do setor tem se mostrado bem estruturada e com credibilidade, resultando nos altos montantes de investimentos que o setor elétrico tem atraído. Ela pregou o diálogo com os mais variados agentes em prol de decisões que tragam desenvolvimento ao setor.