A SPIC Brasil ambiciona ser o maior gerador privado no país. E para alcançar esse objetivo nos próximos anos a empresa calcula ter que alcançar, em volumes de hoje, cerca de 10 GW adicionais em potência instalada caso outras empresas mantenham-se no atual patamar. Para marcar essa mudança de postura no Brasil, após cinco anos em território nacional, a empresa tem nova marca, a única que foi alterada em todo o mundo para a companhia chinesa.

Mas do ponto de vista prático, nesse contexto é que está a recente aquisição de dois parques solares no Nordeste brasileiro. Mas que passa também pelos parques eólicos do Proinfa com os quais entrou no país, pela UHE São Simão e também, mais recentemente por meio da GNA. E o plano de expansão é grande, de início há 1,7 GW já desenvolvidos e ainda as oportunidades de aquisição de projetos.

“A SPIC chinesa afirmou que quer expandir 20 GW a sua matriz elétrica em um plano de cinco anos considerando o ano de 2021. Nós no Brasil estamos bem posicionados para capturar uma boa parte dessa ambição mundial da empresa. Nosso objetivo qualitativo é ser o maior privado e isso significa hoje ter mais 10 GW”, disse o diretor de Comunicação e Relações Institucionais, Roberto Monteiro.

O mais recente projeto foi negociado integralmente no mercado livre e os próximos deverão seguir esse mesmo ambiente de contratação. Há desde projetos que desenvolvemos e compramos. A perspectiva é de solar e eólica em termos de novos projetos e de qualquer fonte para aquisições, inclusive participar de próximos leilões de relicitações de usinas que já foram amortizadas, origem da concessão que a companhia tem da UHE São Simão (1.710, MG/GO).

“Podemos crescer em hídricas, eólica, solar e gás natural e ainda estamos olhando para novas tecnologias como hidrogênio verde, e outras quando estas tornarem-se realidade estarmos prontos para esse mercado, tendo a nossa comercializadora servindo como base para negociar a energia”, disse André Pereira, diretor de Operações. No que se refere aos 10 GW divididos por fonte, esta configuração depende da maturidade de projeto, do PPA e do momento para o mercado de energia.

“Estamos buscando essas quatro vertentes e quem amadurecer primeiro abocanha porção dos 10 GW que estamos buscando”, acrescentou Pereira em entrevista concedida durante o Enase 2022, evento do Grupo CanalEnergia, by Informa Markets, realizado nesta semana no Rio de Janeiro.

Contudo, a empresa considera que para suas atividades a meta é ter usinas de médio porte para cima e não tem tanto interesse em centrais de menor porte. “Eu não vejo entrarmos em projetos menores do que 700 MW, não está escrito em pedra, claro, mas por exemplo não disputaremos usinas de 28 MW”, destacou Moreno.

Para o diretor de Regulação e Comercialização, Carlos Longo, as discussões sobre as tarifas de energia que se trava atualmente no Congresso não afetam a cadeia de pagamentos como um todo e que por isso a atratividade dos investimentos não seria afetada por aqui. O acionista chinês, conta, olha para o longo prazo. Então essas questões são conjunturais e ele entende que os movimentos são de curto prazo. Sendo assim, não vê riscos no horizonte de décadas. E acrescenta ao lembrar que por mais ruídos que sejam emitidos em épocas como essa, não se rasgou contratos.

O driver de expansão do sistema elétrico nacional está no mercado livre e para isso a comercializadora foi criada para aproveitar as potencialidades do Brasil, incluindo a exportação de H2 Verde, uma ação que não é de curto prazo, aponta a companhia que recentemente fechou acordo com o Cepel para estudar esse mercado e aumentar a escala quando a viabilidade for comprovada.

Longo destacou que a comercializadora será o veículo de comercialização dos novos parques no mercado livre. A habilitação pela Aneel foi dada em novembro do ano assim como a adesão à CCEE. Até o momento não fechou contratos mas garante que o primeiro deverá chegar este ano ainda.