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As recentes aquisições da Celse, que opera a UTE Porto de Sergipe (SE – 1.593 MW), e da UTE TermoFortaleza (CE – 327 MW) mostram disposição e apetite da maior geradora térmica privada do país em avançar no mercado de gás e energia brasileiro. O presidente da Associação Brasileira de Geração Termelétrica, Xisto Vieira, observa fôlego na Eneva para amadurecimento e expansão dos seus projetos. “Ela tem tudo para se consolidar como um grande agente gerador”, afirma. no ano passado, a Eneva já havia adquirido a Focus Energia, marcando a sua entrada na área de renováveis.
Para Rivaldo Moreira Neto, CEO da Gas Energy, as aquisições foram necessárias e sinalizaram uma oportunidade, com a Eneva ocupando o espaço de quem aposta que esse é um mercado resiliente e interessante que manterá a sua importância no longo prazo. Segundo ele, o GNL combina com a necessidade do sistema de flexibilidade do setor. “A geração térmica gás no Brasil ainda alimenta decisões de longo prazo”, observa. A Celse, adquirida no começo do mês por R$ 10,2 bilhões, tem um pipeline de 3,2 GW que a Eneva pretende ainda este ano e em 2023 inscrever os projetos nos leilões.
A aquisição mais recente da UTE Fortaleza significou a saída da Enel da área de gás, direcionando as atividades para as renováveis. A usina era do Programa Prioritário de Termelétricas e seu contrato se encerraria em 2026. De acordo com Rivaldo Moreira Neto, há muitas termelétricas que continuam atrativas o que atrai o interesse de players como a Eneva. Ele cita como exemplos William Arjona (MT) e Araucária (PR). Comenta-se nos bastidores que a negociação com a Enel teria começado no ano passado, mas esfriado em seguida. Esse ano ela retornou com força e foi concluída.
Ele lembra que mesmo com a melhora dos níveis dos reservatórios, o setor elétrico ainda não pode abrir mão da capacidade térmica de forma sistemática. No ano passado, a crise hídrica fez o despacho térmico ser elevado. “Mesmo com os contratos vencendo, essas térmicas podem cumprir um papel ainda bem interessante, principalmente para aqueles que já possuem acesso à fonte de suprimento, que é o que a Eneva está fazendo”, avisa. Para Vieira, da Abraget, aquisições feitas de players de grande porte são bem vistas e avisa que além da Eneva, outras empresas têm desejo de entrar no mercado, movimento também identificado por Moreira Neto.
No fim de maio, a Eneva também acertou um contrato de dez anos para suprimento industrial de GNL rodoviário de pequena escala para a fábrica de bioprodutos da Suzano em Imperatriz (MA). O acordo é considerado inédito no país, com o fornecimento comercial começando no primeiro semestre de 2024. O GNL será regaseificado para queima em fornos de cal, substituindo o uso do óleo combustível, o que representará uma redução de 13% nas emissões de gases do efeito estufa.
Para o CEO da Gas Energy, a New Fortress Energy ao vender a Celse não causa surpresa, já que hoje ela é uma empresa de GNL muito voltada para o mercado global. Seu negócio principal está no gás liquefeito, não está na geração de energia. Em janeiro de 2021, a NFE comprou a Golar Power, dona da Celse. O contrato de fornecimento para a UTE Porto de Sergipe já está garantido.