A geração de energia na UHE Itaipu (Brasil/Paraguai, 14.000 MW) poderá ficar acima de 70 milhões de MWh em 2022. Essa é a visão mais recente sobre a performance da usina depois de um período em que registrou o volume mais baixo (2021) desde que estava totalmente motorizada e gerou pouco mais de 66 milhões de MWh. A estimativa é do diretor técnico da usina, David Krug no CanalEnergia Live desta quinta-feira, 23 de junho, entrevista esta gravada na semana passada.
“Somos conservadores para falar números mas deveremos passar dos 70 milhões de MWh sem problemas, mas nossa torcida é de que passe bastante desse patamar”, comentou ele. “[Olhando para 2021] não me lembro de termos uma geração tão baixa desde pelo menos 1997”, pontuou ele.
Mesmo se comparado ao recorde histórico da UHE localizada no rio Paraná, esse volume ainda está bem abaixo. O nível mais alto de geração da usina ocorreu em 2016 com pouco mais de 103 milhões de MWh.
Veja a entrevista exibida durante o CE Live:
Krug relatou que mesmo com a retomada das vazões desde o ano passado, a produção em Itaipu ainda está baixa. Em sua análise, esse fato deve-se à necessidade de recuperação dos reservatórios na cascata para chegar à central de geração binacional. São 55 reservatórios a montante de Itaipu que enfrentaram situação crítica. Agora que, segundo ele, começam a apresentar volume mais próximo da normalidade e por isso a UHE começa a registrar mais afluência chegando em seu lago.
“Estamos com pouco mais de geração quando comparado a 2021 e esperamos que no segundo semestre tende a aumentar, levando a patamares mais próximos da normalidade mas ainda com reflexos da crise hídrica de 2021”, ressaltou.
Até porque, outra questão que precisa ser observada é a demanda, apesar de melhoria de indicadores econômicos o consumo de energia não vem apresentando crescimento esperado. E ainda, com o aumento da capacidade de fontes não despacháveis o ONS acaba segurando um pouco mais de água nas usinas hidrelétricas. Apenas quando os volumes estiverem mais elevados e a água ao chamado custo zero é que devem equivaler a essas outras fontes de CVU zero.