Com aportes recentes em energia solar, mobilidade elétrica e tendo a eólica offshore e o hidrogênio verde no radar, a Shell segue imbuída em sua estratégia de transição energética mas admite um cenário de uso do petróleo e seus derivados por pelo menos dez anos. “Vai haver uma redução dos investimentos mas vamos precisar dos combustíveis fosseis pela demanda de alguns setores como aviação, carga pesada, siderurgia, entre outros”, disse nessa quinta-feira, 23 de junho, a gerente sênior de Relações Corporativas/Regulatório da companhia, Monique Gonçalves, durante um workshop do CEBDS e da PSR sobre a adaptação do setor energético às mudanças climáticas.
A executiva referiu que a exploração nesse período não se dará por “qualquer petróleo ou gás”, mas a um menor custo e menor intensidade de carbono, de olho nas metas estabelecidas no Acordo de Paris, eficiência energética e novas tecnologias. Hoje a empresa trabalha com foco estratégico em nove países, sendo o Brasil um deles, vendo diferenciais competitivos para os biocombustíveis e as fontes de energia de baixo impacto ambiental, frentes que a petroleira seguirá incorporando e investindo, assim como no novo mercado do gás, conforme o plano de diversificação lançado no ano passado.
Por fim Monique destacou a necessidade das corporações se adaptarem a uma realidade dos negócios e das operações sendo impactadas pelas mudanças climáticas, citando uma pesquisa da Carbon Trust e Mackenzie em que aponta redução de valores empresariais em até 65% para quem não assimilar essa realidade. Já quem atuar de fato para mitigar efeitos e se mostrar resiliente poderá crescer em até 80%.