Estudo feito pelo Instituto Escolhas em parceria com pesquisadores do Grupo de Energia e Regulação e do Núcleo de Inovação Meio Ambiente e Sustentabilidade da Universidade Federal Fluminense apontou que caso os índices de perdas com ‘gatos’ de energia na área de concessão da Light (RJ) alcançassem a média das demais distribuidoras do Basil, a tarifa para os seus consumidores poderia ser 26% mais barata.

A Light possui cerca de 4,4 milhões de unidades consumidoras e 10 milhões de clientes em 31 cidades fluminenses. Segundo o estudo, em 2020, as perdas provenientes de furto de energia chegaram a uma média nacional de 16,3%, valor quase três vezes abaixo dos 55% da energia da energia comercializada no mercado de baixa tensão que a distribuidora registra. Usando como referência os valores da tarifa média com impostos, a perda equivale a R$ 1,9 bilhão mensais.

Ainda segundo o estudo, o índice de perdas no Espírito Santo chega a 14%, sendo que em Minas Gerais é de 10% e em São Paulo, de 9%, todos bem abaixo do percentual da Light. O valor médio pago pelo consumidor da Light, com tributos, está em R$ 1.149/ MWh. O montante está acima do valor de R$ 851/ MWh que seria dispendido pelo consumidor da distribuidora caso as perdas nos municípios atendidos pela Light estivessem na média nacional.

O estudo sinaliza a urgência na aplicação de planos de combate às perdas envolvendo as várias esferas de governo, a agência reguladora, a distribuidora, os órgãos de segurança e a população. Em novembro do ano passado, a distribuidora obteve resultados positivos relacionados às perdas de energia e aos indicadores de qualidade. O então presidente, Raimundo Castro alertava que se tratava de um processo de educação demorado e repetitivo, em que a empresa combate as reincidências, até que a opção pelo furto se torne caro para o consumidor.