A Cooperação Técnica Alemã (na sigla alemã GIZ – Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit) vai investir R$ 12 milhões para a produção de energia elétrica, hidrogênio e amônia verdes no laboratório do Grupo de Pesquisa Estratégica em Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina (Fotovoltaica -UFSC). O hidrogênio produzido será utilizado como fonte de armazenamento de energia elétrica e na produção de amônia que servirá de adubo para agricultura na própria universidade. A iniciativa faz parte do projeto H2Brasil da GIZ, que, em parceria com o Ministério de Minas e Energia (MME), trabalha pela expansão do mercado de hidrogênio verde no país.
O investimento será utilizado na realização de obras no laboratório universitário, compra e adequação de equipamentos e treinamentos técnicos profissionais até final de 2023. A previsão é de que o potencial máximo de geração seja de 4,1 Nm3/h (normal metro cúbico por hora de hidrogênio verde) e produção máxima de 1 kg/h de amônia. A produção diária vai depender da irradiação solar e consequentemente da geração fotovoltaica de cada dia.
De acordo com a Universidade, o laboratório da UFSC desenvolve pesquisas em geração solar fotovoltaica, armazenamento de energia e mobilidade elétrica desde 1997 e possui o gerador solar fotovoltaico conectado à rede elétrica mais antigo do Brasil. Além disso, é um dos principais centros de pesquisa em energia solar fotovoltaica do país; foi construído e é mantido principalmente com recursos públicos e tem estreitos laços de cooperação com a Alemanha, promovendo o intercâmbio de pesquisadores entre os dois países e capacitando recursos humanos qualificados para atender à demanda crescente em tecnologias sustentáveis. Nesse contexto, estão previstos intercâmbios de alunos e professores entre instituições de ensino e pesquisa da Alemanha e Brasil e as instalações serão disponibilizadas também a outras instituições de ensino e pesquisa.
As aplicações do hidrogênio verde vão desde sua utilização em células a combustível para a geração de eletricidade para qualquer aplicação, incluindo os veículos elétricos, até a produção de amônia verde e combustíveis sintéticos para a aviação. A tecnologia do hidrogênio verde promete uma revolução na descarbonização da matriz energética mundial, substituindo combustíveis fósseis e reduzindo assim a poluição ambiental e as mudanças climáticas ocasionadas pela emissão de gases de efeito estufa.