A Neoenergia arrematou nesta quinta-feira, 30 de junho, o Lote 2 colocado em disputa no leilão de transmissão que ofereceu RAP de R$ 360 milhões e deságio de 50,33%. A companhia também ficou com o Lote 11 com lance de R$ 38,2 milhões e deságio de 45,74%.

Em teleconferência realizada logo após o leilão, a Neoenergia afirmou que acredita que antecipará em 28 meses o Lote 2 e com isso o Capex será de 9% em 2023, 79% em 2024 e 12% em 2025. Já no lote 11, a companhia antecipará 20 meses e Capex atingirá os 4% em 2022, 46% em 2023 e 50% em 2024. Em ambos os lotes, a margem EBITDA regulatória ficará em 91%. O financiamento terá uma alavancagem média de 65% – IPCA + 5,50%.

“A Neoenergia é um player muito ativo em transmissão e temos excelentes parcerias com construtoras, fornecedores de materiais e essas parcerias também nos permitem depois conseguir condições muito favoráveis”, disse o futuro CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastegui.

Ele explicou que o Lote 2 passa por Minas Gerais e um pouco em São Paulo, o lote possui 1.707 km de linhas de transmissão e tem uma subestação de 500 KV. Já o lote 11, que foi um lote menor, está em Mato Grosso, com aproximadamente 300 km de linhas e uma subestação de 230/138 KV.

Já o diretor de Transmissão da Neoenergia, Fabiano Uchoas, declarou que a companhia investiu cerca de R$ 20 milhões em estudos para o leilão de hoje. “Investimos em estudos de pré-leilão apostando muito para termos segurança nessa implantação. Elaboramos estudos topográficos detalhados e realizamos sondagens nos trechos num percentual muito superior ao mercado”, ressaltou.

Uchoas afirmou que a companhia não terá risco para obtenção das licenças e eventuais upsides em análises. Vale destacar que o lote 11 já tem uma licença de instalação (LI) já tramitada. “A gente teve acesso ao projeto todo do lote 11 para trabalhar sobre ele então isso dá bastante segurança. Além disso, nós revisamos o projeto e ele estava bem desenhado”, disse.

A Companhia já tem agendado para hoje uma reunião com o Ibama para mostrar os estudos. “Já conversamos com a Secretaria de Desenvolvimento de Minas e já temos conversas avançadas com o próprio Ibama, pois vínhamos conversando ao longo dos últimos 6 meses e isso não é algo que a gente tenha começado agora, já estamos estudando esse projeto desde que eles foram lançados no edital e isso nos traz bastante segurança. Já estamos desenvolvendo essa interlocução e antecipação das atividades de estudos para início imediato. Aquilo que a gente já sabe que os órgãos normalmente pedem, nós já alinhamos com eles e estamos prontos para pedir o termo de referência para o Ibama”, explicou o executivo.

A Neoenergia já definiu o corredor ótimo de passagem utilizando o estado da arte em termos de tecnologia e padrões de exigibilidade. Além disso, a companhia já fez a otimização de supressão de vegetação e alinhamento a metodologias aplicadas pelos órgãos.

Uchoas também declarou que o fundiário já foi traçado minuciosamente e estudado de forma a reduzir interferências de maior complexidade, pois é um fundiário predominantemente rural. A companhia irá contratar mais de uma empresa para aferição de mercado e já tem estudos adiantados para uma estratégia de implantação mais célere.

(Nota da Redação: matéria atualizada às 10:15 horas do dia 01 de julho de 2022 para alteração dos créditos de uma das fontes. Na primeira edição, as declarações estavam creditadas ao CFO, mas foram feitas pelo diretor de transmissão)