A agência de classificação de riscos Fitch afirmou que os grupos do setor de energia que foram os vencedores no leilão para a construção de ativos de transmissão, ocorrido em 30 de junho de 2022, não terão seus perfis de crédito alterados.

De acordo com a Fitch, no caso da Taesa, Engie Brasil, Energisa e da Eletrobras, os valores envolvidos não são representativos. A agência de risco afirmou que cada uma dessas empresas arrematou um lote, com investimento total conjunto de R$ 700 milhões, pelas estimativas da agência reguladora, e Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 55 milhões. Como comparação, estas tiveram, em 2021, receita líquida, EBITDA e investimentos totais de R$ 74 bilhões, R$ 25 bilhões e R$ 10 bilhões, respectivamente.

Contudo, a Fitch acredita que no caso da ISA CTEE juntamente com a Neoenergia, os investimentos serão de quase R$ 4,0 bilhões, pelas estimativas da agência reguladora, escalonados ao longo de cinco anos, e não pressionam o seu perfil financeiro. O índice de alavancagem líquida continuará abaixo do gatilho de rebaixamento, de 4,5 vezes, até 2025, pelas projeções da Fitch. As RAPs dos dois projetos da CTEEP somam R$ 305 milhões, que representam 10% da sua RAP consolidada para o ciclo 2021/2022.

A Fitch também considera que a CTEEP possui flexibilidade financeira, com amplo acesso a diversas fontes de financiamento, para fazer frente aos investimentos.

Vale lembrar que o Governo Federal, por meio da Aneel, leiloou 13 lotes de ativos de transmissão, com investimentos totais de R$ 15,3 bilhões e RAP agregada de R$ 1,2 bilhão. Os projetos, que compreendem linhas de transmissão e subestações, possuem prazos de 42 a sessenta meses para construção –entrando em fase operacional, portanto, a partir de 2026, segundo o cronograma proposto pela agência reguladora. Os grupos vencedores terão a oportunidade de buscar a realização dos investimentos em montantes inferiores aos propostos pela Aneel e, em alguns casos, antecipar a conclusão das obras.

Por fim, a Fitch classifica a CTEEP, a Taesa, a Engie Brasil e a Energisa com rating nacional de longo prazo ‘AAA(bra)’, perspectiva estável, e a Eletrobras com rating nacional de longo prazo ‘AA(bra)’, perspectiva estável. A Taesa e a Engie Brasil também possuem os IDRs (Issuer Default Ratings – Ratings de Inadimplência do Emissor) de longo prazo em moedas estrangeira e local em ‘BB’ e ‘BBB-’, respectivamente, ambos com perspectiva estável. Já a Energisa possui o IDR em moeda local ‘BB+’, perspectiva estável, e o IDR em moeda estrangeira ‘BB’, perspectiva negativa, enquanto a Eletrobras, por sua vez, possui ambos os IDRs ‘BB-‘, perspectiva estável.