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Os investimentos em energia limpa que estão sendo feitos no mundo rumo ao Net Zero mostram que a meta para 2050 ainda é viável de ser alcançada. Duas das mais importantes ferramentas para esse caminho são o hidrogênio verde e a captura de carbono em suas diferentes tecnologias. E o Brasil pode ser um grande exemplo de como a matriz energética de um país pode ser predominantemente renovável com base na exploração inteligente dos recursos naturais, como os hídricos e eólicos.
Essa é a avaliação de um dos fundadores da Siemens Energy Ventures, Mario Montoya, em entrevista à Agência CanalEnergia. Essa divisão da Siemens Energy é classificada como o coração da companhia multinacional alemã e tem como foco investir, construir e conduzir empreendimentos com foco na transformarão dos sistemas de energia visando o combate às mudanças climáticas.
O executivo aponta que embora ainda não estejamos reduzindo nossas emissões anuais de gases de efeito estufa com rapidez suficiente e o aumento da temperatura global continue a aumentar ano após ano, vê o aumento dos investimentos em tecnologia limpa em todo o mundo. E mais, que os governos em diferentes regiões estão tomando medidas para que o caminho em direção ao cenário de limitar o aquecimento em 1,5 graus Celsius seja alcançado.
“Naturalmente, podemos e devemos acelerar essa transição para aumentar a probabilidade de sucesso e o potencial de danos irreversíveis causados pela mudança climática e a consequente extinção de espécies vulneráveis ao clima”, comentou ele. “Além disso, necessitamos de maiores incentivos para promover a aceleração e a adoção de novas tecnologias e também de maior transparência de nosso impacto individual e coletivo sobre as emissões. Em particular, os certificados de energia limpa baseados em tecnologia de registro distribuído poderiam ajudar” acrescentou.
Em sua avaliação o Brasil pode ter um papel importante nesse processo por conta de sua matriz altamente renovável. “O que seria igualmente impressionante para o país, além de ter o uso das renováveis solar e eólica é garantir o investimento em tecnologias futuras, exigindo que uma parte da receita anual seja reconvertida em P&D com centros de pesquisa locais”, avaliou.
Por aqui, outro destaque que Montoya indicou é a expansão eólica onshore em regiões geográficas com altitude elevada e seu alto fator de capacidade. “Ademais, juntamente com uma grande aceitação social em relação à sustentabilidade, o Brasil pode ser um participante emergente nos mercados de hidrogênio verde e e-fuels”, citou.
Mas, para alcançar as metas do Acordo de Paris e os compromissos adotados, ele cita que há tempo, porém é necessário ação que decorre de agentes e de governos para incentivar o investimento nas mais diversas tecnologias. Entre elas inclui a solar fotovoltaica e a experiência que os países viveram no passado, com o aumento da escala que levou à redução do custo dessa energia.
A Siemens Energy, contou o executivo, tem vários grupos trabalhando com hidrogênio verde, responsável pelo portfólio atual e futuro de eletrolíticos. O projeto mais popular hoje, relata, é o que está em desenvolvimento com a Porsche, no Chile. “Mas estamos sempre procurando outras oportunidades para criar projetos similares e atender à crescente demanda por polos regionais de hidrogênio. Alguns países estão investindo ativamente na conceituação e implementação desses hubs de hidrogênio, que realmente se concentram em torno da compreensão dos recursos locais e dos mais atraentes off-takers”, destacou.
O hidrogênio verde e a captura de carbono (CCUS) são apontadas “definitivamente como dois elementos da transição energética”. Estas grandes categorias incluem muitas soluções. O hidrogênio verde, relatou Montoya, é um grande exemplo disso, pois necessita produtos e tecnologias da próxima geração que possam tornar disponível o produto em termos de volume e preço para a adoção em massa em outras aplicações que vão além da mobilidade, como é o caso da geração de energia.
O mesmo é válido para as CCUS. Há tecnologias classificadas por ele como surpreendentes sendo desenvolvidas. Cita a parceria com a Aker como um exemplo pós-combustão que se beneficia da alta concentração no ponto de origem. “Além disso, outras tecnologias estão progredindo, como é o caso da Captura Direta de Ar, onde o carbono capturado pode ser usado para sequestro (por exemplo, armazenamento) ou utilização”, disse.
Em linhas gerais, afirmou que a Siemens Energy tem dedicado recursos em todo o mundo que se concentram em tendências globais e oportunidades locais. E que tem monitorado as tendências em tecnologia, investimentos, modelos de negócios, compromissos anunciados por países e clientes, assim como mudanças regulatórias e sociais.
Com isso, destacou que a companhia tem investido em um portfólio focado em tecnologias. Algumas estão mais próximas das atividades centrais atuais, e outras soluções que abordam prazos de curto e médio prazo. “Tecnologias que estão mais distantes de nosso núcleo ou mais distantes no futuro são cobertas pela equipe da Siemens Energy Ventures. Esta comunidade global está conectada e explora parcerias com universidades, startups, clientes, fornecedores, entre outros, para acelerar as tecnologias de interesse”, finalizou.