Os consumidores ligados a distribuidoras de energia elétrica cujos processos tarifários se dão no segundo semestre devem observar uma alta média de 5,6%, menos da metade do reajuste médio de 13,57% verificado no primeiro semestre. A projeção é da TR Soluções, empresa de tecnologia especializada em tarifas de energia, que mostra ainda que no acumulado do ano, as tarifas residenciais terão alta média de 9,8%.

De acordo com o diretor de Regulação da TR Soluções, Helder Sousa, a redução dos percentuais se deve principalmente ao fato de que a maior parte dos custos da crise hídrica do ano passado já foram repassados às tarifas das concessionárias cujos processos tarifários se dão na segunda metade do ano. Segundo ele, já no caso daquelas que passam pelo processo no primeiro semestre, os custos extras com a crise foram repassados às tarifas apenas neste ano, pressionando os porcentuais.

Como exemplo, a CEEE Equatorial (RS), que atende a região metropolitana de Porto Alegre, teve sua tarifa alterada no final de novembro e praticamente todo o passivo financeiro da crise hídrica foi reconhecido naquela oportunidade. Com isso, neste ano, é possível até mesmo que os consumidores ligados a essa empresa observem redução nas contas de luz.

As variações das tarifas de energia também estão sendo desaceleradas pela perspectiva de aporte de R$ 5 bilhões relativos às outorgas de hidrelétricas da Eletrobras ao orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético neste ano. O montante, que já vem sendo considerado pela Agência Nacional de Energia Elétrica nos processos tarifários realizados nas últimas semanas, deve resultar numa redução média da ordem de 2,5 pontos percentuais nos reajustes deste ano.