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A comparação entre o programado pelo modelo Dessem e a operação do sistema foi mais elevado no segmento eólico. Esse dado quem mostra é o Match da Energia, plataforma desenvolvida pela Abraceel e Volt Robotics, que acompanha de pertinho os encontros e os desvios entre os aplicativos de formação de preço e a operação real do sistema.

De acordo com os dados do mês de maio essa foi a fonte que mais se aproximou do que foi programado, com 89,2%. Contudo, a fonte que mais se aproximou do que foi indicado pelo modelo horário ante o que foi realizado no ano de 2021, foi sem dúvidas, a térmica, passou de 36,65% para 73,3%.

A explicação, segundo Donato Filho, da Volt Robotics, é simples. No ano passado havia o comando do CMSE para o despacho térmico fora da ordem de mérito, ou seja, a geração não obedecia o que o Dessem indicava por conta da crise hídrica.

Um dado que corrobora essa avaliação da plataforma é que o encargo de segurança energética, gerado por conta de GFOM, foi nulo em maio de 2022, em comparação com maio de 2021 em que o custo foi de R$ 327 milhões.

Já o chamado Match para as usinas hidrelétricas foi de 67,9%. Segundo a Volt, a geração verificada das usinas hidrelétricas Tipo I (46.700 MW médios) foi inferior à estimada em 1.600 MW médios. “Embora esse desvio global pareça ser pequeno, diferenças relevantes são identificadas nas usinas quando analisadas individualmente, com destaque para aquelas que prestam serviços ancilares”, avalia a empresa.

O diretor geral da Volt, Donato Filho, destaca que a plataforma tem como objetivo verificar se o que foi planejado em termos de preços de energia pelo modelo Dessem aplicado na CCEE realmente está sendo seguido quando se analisa o despacho do ONS. Isso porque o preço é o melhor indutor da eficiência e do equilíbrio entre a oferta de energia e o consumo.

“Chegar a 100% é um pouco improvável porque de vez em quando vamos ter alguma ocorrência de uma máquina que sai do sistema por algum problema ou a vazão prevista que não se confirma, as variáveis são muitas”, afirma ele em entrevista à Agência CanalEnergia. “Ainda precisamos de mais tempo para termos estatísticas para chegarmos a um indicador mais aceitável, mas em linhas gerais, acima de 90% já é aderente”, ressalta ele.

Segundo o executivo, o Match da Energia só não é mais detalhado por hora e geração porque as informações da base de dados do ONS ainda não contém esse detalhamento em algumas fontes como a eólica. Ainda não há esses dados da solar. A geração considerada ainda é por submercado apenas.

Já para as térmicas e as hidrelétricas a modelagem é por usina e por horário. O que traz acurácia dos dados.

No futuro, diz ele, a plataforma pode ser usada para ajudar no desenvolvimento e aprimoramento das operações do sistema de acordo com o preço. Entrar no detalhe de cada linha para saber onde está a diferença e assim levar a uma melhoria do sistema.

“Com a organização das informações por usinas e no hora a hora, ao acessar a base de dados, dá para pensar nisso sim. Então, em uma consulta pública do CPAMP podemos apresentar contribuições com mais dados e análise fundamentada, essa é uma ferramenta de gestão da qualidade”, define.