Usinas Waste-to-Energy, aquelas que geram energia elétrica a partir da queima de resíduos sólidos urbanos, ganham cada vez mais espaço no mercado externo. Aqui no Brasil, o modelo ainda não tem tanto destaque, mas especialistas acreditam que o País deverá avançar nesse sentido.
Diante deste cenário, o Presidente Executivo da ABREN e do WtERT Brasil, Yuri Schmitke, vê três grandes desafios para o Brasil em relação a questão das usinas Waste-to-Energy. “O primeiro desafio é o cumprimento da legislação por parte dos municípios, em segundo a necessidade de contratação por meio de leilões para viabilizar os projetos e por último temos que cumprir no Brasil as metas do Planares. Eu vejo a necessidade do setor elétrico conversar e estar alinhado com o Planares. Esse plano precisa ser cumprido”, disse.
Vale lembrar que o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PLANARES) foi elaborado por meio de Acordo de Cooperação Técnica entre o Ministério do Meio Ambiente e a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), e traz diretrizes, estratégias, ações e metas para modernizar a gestão de resíduos sólidos no País.
Já para o diretor da Ember Lion, Reges Dias, o Brasil precisa avançar nesta questão Waste-to-Energy. “Estamos com algumas negociações aqui no Brasil e enxergo que o Brasil precisa de vontade política e legal para que possamos cuidar do nosso meio ambiente e recuperar essa energia que precisamos atualmente. Vejo que ninguém quer investir pois esta muito confortável continuar enterrando o nosso lixo”, ressaltou Dias durante a terceira edição do Fórum de Valorização Energética de Resíduos.
Por outro lado, o diretor da Hitachi Zosen Inova, Roland Greil, afirmou que o processo acaba nos beneficiando com energia limpa. “Hoje temos a nossa própria tecnologia para o tratamento de resíduos. E essas tecnologias permitem construir usinas dentro das cidades, como o que existe hoje em Paris. Antigamente, muitas usinas nesse perfil eram construídas na Europa, mas esse cenário esta em mudança, com Índia e Austrália ganhando destaque. Hoje temos um projeto no México e uma construção em Dubai”, afirmou.
Ele ainda declarou que no momento tem sete usinas em construção com foco em energia elétrica e com eficiência muita alta. “O desafio no Brasil é como todo novo mercado, precisamos de parceiros, pois parte do trabalho é local. Essa é a chave para entrar no mercado, a experiência local”, disse.