Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

Nasceu no Rio de Janeiro uma startup que busca simplificar e democratizar a utilização da energia solar, principalmente para quem mora em apartamento e não pode instalar painéis fotovoltaicos em sua propriedade. Basicamente a Reverde investe em fazendas fotovoltaicas e por meio de um marketplace entrega a energia nas residências através das concessionárias, com a economia vindo dos créditos gerados pela produção renovável e descontado nas tarifas.

Por enquanto a solução vale para a capital fluminense e algumas regiões do interior, com o cliente que aderir aos planos de assinatura passando a receber uma nova fatura personalizada com redução de até 15% no valor e que automaticamente quita o débito com a distribuidora, no caso a Light. A modalidade é conhecida como Geração Distribuída Compartilhada.

Em entrevista à Agência CanalEnergia, o sócio-fundador e CEO da Reverde, Felipe Mattos, disse que o diferencial do negócio está nos descontos na conta de luz que ocorrem logo no primeiro mês, uso do WhatsApp para todas as interações e no fato de não precisar instalar as placas, o que simplifica a vida do consumidor que não tem tempo para entender como economizar em cada fatura ou mesmo a modalidade da GD.

“Quantos clientes residenciais fizeram uma cooperativa para economizar? A proposta é nascer para tornar essa complexidade simples e trazer economia para o consumidor brasileiro, vendo a energia como a grande vilã do orçamento doméstico, em torno de 40% em algumas praças ”, define, afirmando que o produto é destinado a energia, mas a visão global da empresa é de desconto em todas as contas.

Plano é atingir cinco concessões até 2023

Engenheiro de computação e atuando há mais de 10 anos no ramo de inovação aberta, Felipe Mattos saiu da liderança no comércio eletrônico da Vtex para junto a Felipe Figueiredo, ex-Omega Energia, criar a startup em abril desse ano, a partir de um aporte inicial junto a sete investidores anjo vindos das áreas de e-commerce, varejo ou do setor elétrico, e que somam atualmente 15% das ações.

O recurso foi destinado ao desenvolvimento da plataforma digital que conecta os clientes ao negócio a partir de três planos de assinatura gratuitos. O primeiro promete 5% sem compromisso, o segundo até 10% de economia mas com fidelidade de um ano, e o último até 15% (12% no segundo ano) com dois anos de fidelidade. A startup remunera os produtores que possuem energia excedente e estão precisando de contratação, ficando com um percentual das transações.

“O que a gente faz, em termos técnicos, é alugar a usina e uma parte da diferença desse aluguel pago e o crédito que o cliente gera fica com a Reverde”, resume o sócio-fundador, que viu a pandemia mudar de forma drástica a forma de vender produtos e serviços online, numa “digitalização extrema de tudo”.

Mattos ressaltou que o brasileiro destina 9% em média de sua renda com utilities: luz, gás, energia e telecomunicações, um número muito alto em relação a outros mercados, gastando mais do que com saúde e educação. E vê como principal desafio o desconhecimento do público com a GD, lembrando que numa pesquisa recente com 170 clientes residenciais no Rio de Janeiro e São Paulo, nenhum conhecia a categoria.

“Tem algumas iniciativas começando mas todas incipientes. Passamos de 100 clientes e a meta é atingir 500 até o final do ano, equivalente a 2 MWp de usinas”, informa o CEO.

Segundo ele, a fase atual é de foco na qualidade do melhor produto e não em ter muitos clientes, com outra meta sendo colocar mais de 80% da carteira com opção do débito automático e Net Promoter Score (NPS) maior que 40, com a efetivação de uma jornada 100% digital através de um CRM de energia sendo criado para os atendimentos.

Na nomenclatura do segmento a startup está na fase Seed, de construção do produto e demonstração ao mercado, “aprendendo muito sobre o que as usinas querem”. A empresa se prepara também para uma rodada maior de captação de recursos a partir da tração com fundos globais e nacionais de venture capital e investidores estratégicos.

“As pessoas precisam de desconto, o mundo está em guerra, inflação fora de controle e todo mundo cada vez com menos dinheiro”, justifica o executivo, apontando objetivo de chegar a 10 mil clientes em 18 meses, para de fato entrar na etapa Scale-up, colocando as máquinas de vendas para girar. Assim são projetadas captações acima de US$ 10 milhões, com a companhia encontrando novas formas inovadoras para mais desconto nas contas de utilities, algo projetado para o ano que vem.

Efetivamente a startup tem planos de atingir  mais quatro distribuidoras de energia até o ano que vem, com a Enel Rio até o fim desse ano e estudando expansões a São Paulo e áreas da Energisa em Minas Gerais, além de concessões no Mato Grosso e Nordeste.

Parcerias

Quanto a relação com os produtores, Mattos destaca três formatos para a parceria com as usinas. A primeira envolve uma corporação parceira próxima que constrói microfazendas de até 175 kV, fechando no fim do mês a conclusão da segunda UFV e mirando mais cinco até o fim do ano, a maioria no estado do Rio de Janeiro.

A outra atuação é negociando terrenos e a construção dos projetos para aluguel, tendo no momento dez usinas acima de 500 kV e 1 MW, além de parcerias estratégicas com empresas maiores do setor para implementação de cinco empreendimentos maiores de 5 MW, garantindo os clientes para compra. As usinas têm de estar operando ou próximas a entrar em operação e dentro das regulamentações da distribuidora local, baseadas na Aneel, além de possuir CPF ou CNPJ com crédito em dia.

Por fim o CEO e sócio-fundador da startup também destacou a parceria com uma empresa de professores e pesquisadores de energia solar. A ideia é ajudar a maximizar a geração de alguns produtores, buscando até parcerias de longo prazo para sanar essa que é uma das grandes dores dos novos produtores de energia.