A Empresa de Pesquisa Energética divulgou a nota técnica “Estudos Complementares de Geração Centralizada de Energia Elétrica – Sensibilidades What If” do PDE 2031”. Após a publicação do plano, MME e a EPE seguiram com novos estudos que o complementassem, abordando outras questões que não estavam no relatório principal. Uma das análises what if, a que considerou diferentes históricos de vazões para a geração dos cenários hidrológicos sintéticos, alertou sobre a disponibilidade de recursos para o atendimento simultâneo aos diferentes usos da água, em especial nos cenários  críticos, reforçando a importância de ações coordenadas entre os vários setores da economia, além de aprofundamento sobre as restrições operativas das UHEs.

Esse cenário considerou o passado recente como base para as análises do futuro, discutindo como seria o funcionamento do sistema em caso de mudança no perfil de afluências. A nota técnica traz ainda mais duas análises de sensibilidade. Uma em que se faz uso de uma ferramenta alternativa, que permite simulação a usinas individualizadas, além de outras funcionalidades. Esta ferramenta foi utilizada para avaliação do atendimento aos critérios de suprimento e o cálculo dos requisitos do SIN.

Segundo a nota, a principal constatação foi de aderência entre os resultados obtidos com os modelos oficiais e os verificados com a nova ferramenta, mesmo com a detecção de diferenças numéricas. A aderência registrada mostra que os diferentes modelos computacionais convergem para as mesmas características principais do sistema, tanto nos aspectos temporais quanto na intensidade e evolução dos requisitos.

A outra análise considerou a o uso de projeções horárias de carga e geração das fontes renováveis variáveis para a estimativa da carga líquida, utilizando assim uma base de dados projetada para a definição dos patamares que são utilizados no modelo Newave. Um dos destaques dessa análise é que ao considerar a sinergia hora a hora entre carga e geração variável, distribuída ou centralizada, os benefícios do efeito portfólio entre as fontes de energia e o consumo são mensurados de modo eficiente, trazendo ganhos e possível economia para o setor. “Ficou evidente que a medida em que o sistema conte com um montante cada vez maior de recursos renováveis o uso de dados projetados horários torna-se mais relevante”, diz a nota técnica.

De acordo com a EPE, as sensibilidades what if do PDE contribuem com o aperfeiçoamento que os estudos de planejamento da expansão buscam. Com a publicação da nota, a estatal ligada ao MME busca a redução da assimetria de informação e a construção de um caminho sólido para que o setor elétrico brasileiro seja cada vez mais eficiente, seguro e sustentável.