Com 66.028 MW médios no primeiro semestre, o Brasil viu seu consumo de energia elétrica crescer 1,4% em relação ao mesmo período de 2021, informam os dados preliminares da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Na análise da organização, o aumento aconteceu principalmente por conta da retomada das atividades em alguns setores importantes da economia, como Bebidas, Alimentos e Serviços, além do bom momento para exportações.
De acordo com o levantamento, o avanço foi impulsionado pela alta de 6,6% registrada no mercado livre. O ambiente, que fornece energia para a indústria e grandes empresas, como shoppings e redes de varejo, utilizou 23.428 MW médios, volume que representa 35,5% da demanda total nos primeiros seis meses do ano.
Os outros 64,5%, que representam 42.599 MW médios, foram destinados ao mercado regulado, que abastece pequenas empresas e as residências. O segmento recuou 1,3% no comparativo anual. Para a CCEE, a queda é reflexo tanto da saída de consumidores para o ACL como no crescimento de instalação de sistemas de micro e minigeração distribuída por painéis solares, que reduzem a demanda na rede elétrica.
Ao desconsiderar a migração entre os dois mercados, o regulado apresentaria alta de 0,4%, enquanto o livre teria um acréscimo menos acentuado, de 2,9%. Sem a tecnologia para geração da própria energia, haveria uma alta de 0,5% no volume consumido pelo ACR.
Análise econômica e regional
Entre os 15 setores da economia com consumo energético monitorado pela entidade, as maiores taxas ficaram no ramo de Serviços (29%), Madeira, Papel e Celulose (16%) e Bebidas (6%). A indústria têxtil teve a maior queda, de 5%, enquanto comércio, metalurgia e produtos de metal, minerais não-metálicos, telecomunicações e veículos registraram redução de 1%, cada setor.
Apenas oito dos 26 estados que integram o Sistema Interligado Nacional tiveram recuo no período. O bom desempenho dos segmentos que negociam seu fornecimento no mercado livre levou ao crescimento em regiões da Bahia, Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Onde houve redução, a CCEE observou maiores quantidades de chuvas e temperaturas mais amenas, que levaram a um menor uso de aparelhos como o ar-condicionado.