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Avaliando como positiva a resposta do público para a sua linha de financiamento para geração distribuída, o Banco da Família quer dobrar em 2022 a liberação de financiamentos na comparação com o ano passado. Em 2021, foram cerca de R$ 1,5 milhão liberados. O banco é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público com sede em Lages (SC) com foco na região Sul do Brasil. Desde 2020, quando começou a oferecer o crédito, o alvo principal foram residências e micro empreendedores.

De acordo com a presidente do banco, Isabel Baggio, o crédito atinge um público que tradicionalmente não é tão bancarizado e não teria tanta facilidade em obter acesso ao sistema e a um financiamento no modo tradicional. Segundo ela, muitos financiados pela BF Solar sequer sabiam que podiam financiar um sistema fotovoltaico, por considerá-lo como algo sofisticado. “As pessoas começaram a ter confiança e indicaram para outras pessoas que imaginavam nunca ter acesso. É uma resposta bastante positiva”, explica.

Isabel Baggio, do Banco da Família: dobrar liberação de crédito em 2022

O Banco da Família é o maior operador de microcrédito do Sul do Brasil. O banco criou a linha específica para energia solar devido à alta demanda nos três estados da região. A linha BF Solar já liberou R$ 3,9 milhões para a região, sendo R$ 587 mil em 2020, R$ 1,7 milhão no ano seguinte e R$ 1,5 milhão em apenas seis meses de 2022. No total, já foram liberados R$ 4,3 milhões, com 176 clientes e 704 pessoas impactadas, com um tíquete médio de R$ 24,5 mil. Em 2022, já foram 68 clientes, com um tíquete de R$ 21,7 mil e 272 pessoas impactadas.

A presidente do banco conta que a atuação da figura do agente de crédito tem sido o diferencial para o êxito da BF Solar. Esse profissional funciona com uma espécie de consultor, indo até a casa ou empreendimento do cliente e avaliando a capacidade de pagamento e endividamento. Muitas financeiras funcionam de modo eletrônico ou mesmo por aplicativo, o que deixa o processo impessoal. Há a preocupação do banco para que o crédito oferecido seja uma solução e não um problema, com o agente sendo fundamental para que tudo transcorra sem sobressaltos. “Essa figura que vai e acompanha todo o processo é que faz a diferença”, reconhece Isabel Baggio.

Por conta desse trabalho executado pelo agente de crédito, o risco de inadimplência – que aumentou por conta da piora da situação econômica do país – não chega a assustar. “O risco subiu um pouco nos últimos anos, mas a inadimplência do BF Solar é bastante controlável”, avisa a executiva .

Na visão de Isabel Baggio, o endividamento de uma parte da população causado pela pandemia é um desafio para crédito à Geração Distribuída. Ela conta que profissionais da área de serviços como diaristas e mecânicos, que com o isolamento social ficaram impedidos de trabalhar, fazem parte da clientela do banco. Apesar do movimento de retomada de atividades iniciado este ano, existe um certo impacto. “O endividamento da família é a maior preocupação atualmente”, salienta