A Engie Brasil registrou um lucro líquido ajustado de R$ 514 milhões no segundo trimestre de 2022 (2T22), um aumento de 20,4% em relação ao mesmo período de 2021. Já o EBITDA ajustado atingiu os R$ 1,897 bilhão no 2T22, uma alta de 23,8% na comparação anual. A margem EBITDA ajustada foi de 63,3% no 2T22, acréscimo de 14,4 p.p. “O nosso lucro líquido teve um crescimento significativo no trimestre, mas ainda sofre com o impacto da aceleração inflacionária”, disse o diretor-presidente e de relações com investidores, Eduardo Sattamini.

Durante teleconferência realizada aos investidores nesta quarta-feira, 03 de agosto, Sattamini afirmou que o foco dos investimentos em geração será mais em renováveis, como eólica e solar, ao explicar porque não participou do leilão da CEEE-G, que é concentrada em hidrelétricas. “A gente entende que o investimento em solar e eólica vai trazer uma diversificação ao nosso portfólio que é majoritariamente hidrelétrico e isso traz benefícios para a gestão do nosso portfólio”.

A receita operacional líquida da companhia atingiu R$ 2,996 bilhões no 2T22, 4,4% abaixo do montante apurado no 2T21. Os indicadores foram positivamente impactados pelos aumentos do preço médio líquido de venda de energia e quantidade de energia vendida, pelo aumento de contribuição do segmento de transmissão de energia, pelo melhor resultado nas transações realizadas no mercado de curto prazo, pela maior remuneração dos ativos financeiros de concessão, entre outros fatores.

A quantidade de energia vendida no 2T22, sem considerar as operações de trading, foi de 9.556 GWh (4.376 MW médios), volume 7,9% superior ao comercializado no 2T21. Já o preço médio dos contratos de venda de energia, líquido dos tributos sobre a receita e das operações de trading, foi de R$ 219,52/MWh no 2T22, valor 6,9% superior ao registrado no 2T21.

A companhia registrou, no 2T22, efeito não recorrente de impairment no valor de R$ 180 milhões, em decorrência dos avanços nas negociações para a venda da Usina Termelétrica Pampa Sul. Também iniciou a operação remota da Usina Hidrelétrica Itá, maior usina hidrelétrica operada pela Engie, a partir do Centro de Operação da Geração (COG), localizado na sede em Florianópolis. Agora são 60 usinas operadas remotamente, representando 71,6% do parque gerador da Companhia.

Com investimento previsto de R$ 300 milhões, TAG assinou acordo para implementação de gasoduto de aproximadamente 25 km, para conectar o terminal de gás natural liquefeito (GNL) da Centrais Elétricas de Sergipe (Celse) à sua rede de transporte de gás. “É com muita satisfação que a gente anuncia esse acordo, é um investimento que também vai trazer retorno adicional para TAG. Acredito que o gás é o combustível da transição energética, ou seja, a gente precisa substituir uma série de outros combustíveis fósseis com muito mais impacto de gases de efeito estufa e eu acho que o gás vai nesse direcionamento. Muitas usinas tem na sua geração óleo como combustível e outros que são mais poluentes. Acreditamos que haverá uma danificação do gás no longo do tempo, com a vinda do biogás e através da introdução do hidrogênio então isso também numa certa maneira vai na direção de descarbonizar. E a descarbonização total dos nossos ativos”, explicou o diretor.

A Engie também concluiu a aquisição dos direitos de desenvolvimento do Projeto Serra do Assuruá, com capacidade instalada de aproximadamente 880 MW, localizado no estado da Bahia, pelo preço máximo de R$ 265 milhões (base maio/2022). A emissão do parecer de acesso, a assinatura do contrato de conexão ao grid e a obtenção de parte dos contratos fundiários permitem o avanço da implantação do ativo, com investimento estimado em cerca de R$ 6 bilhões.

Vale destacar que a Companhia arrematou, no Leilão de Transmissão Aneel 01/2022, o lote 7 que prevê instalação de um quilômetro de linhas de transmissão e uma subestação complementar ao projeto Novo Estado, no estado do Pará. “Esse projeto já soma 93% de avanço das obras e 49% da Receita Anual Permitida (RAP). A compatibilidade entre os empreendimentos oferece potencial de redução do investimento e antecipação em ao menos 24 meses na operação comercial em relação aos prazos  previstos pela Aneel. E o prazo de concessão é de 30 anos”, ressaltou Sattamini.

Por fim, o Conselho de Administração aprovou a distribuição de R$ 578 milhões sob a forma de dividendos intercalares (R$ 0,7082542240/ação), equivalente a 55% do lucro líquido distribuível do primeiro semestre de 2022. As ações ficarão ex-dividendos a partir de 17 de agosto de 2022 e serão pagos em data a ser definida posteriormente pela Diretoria Executiva.