Mesmo com chuvas abaixo da média, típicas do período seco, os reservatórios das usinas hidrelétricas fecharam o mês de julho com armazenamentos superiores aos dos últimos anos, o que contribui para a segurança do atendimento nos próximos meses. Essa tendência deve se manter pelo menos até o final de janeiro de 2023, na avaliação feita pelo Operador Nacional do Sistema, durante a reunião mensal do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico. O encontro aconteceu nesta quarta-feira, 4 de agosto, no Ministério de Minas e Energia.
As projeções do ONS indicam o pleno atendimento em termos de energia e de potência nos próximos seis meses, com perspectivas de níveis de armazenamento superiores aos verificados no último ano.
A versão mais recente do Plano Anual da Operação Energética (PEN), que avalia o horizonte entre 2022 e 2026, reforça as previsões até o ano que vem de manutenção dos reservatórios das hidrelétricas em níveis mais elevados que no passado recente.
Também estariam atendidos os critérios de suprimento de energia no universo entre 2024 e 2026, afirma nota divulgada pelo MME após a reunião do comitê de monitoramento. Em relação à demanda de potência, no entanto, alguns cenários futuros apontam necessidade de ações para manter o equilíbrio estrutural no atendimento à ponta.
Julho fechou com os reservatórios equivalentes em 61,5% da energia armazenada máxima no Sudeste/Centro-Oeste. No Sul, o nível ficou em 75,1%; no Nordeste, em 82,8%; e, no Norte, em 89,2%.
A previsão para o fim de agosto é de 53,1%(SE/CO), 72,6% (S), 75,9% (NE) e 89,8% (N). Já o armazenamento do SIN deve atingir 60,4%.
Houve um esforço para preservar o nível das usinas da bacia do Paraná, e o uso relevante de hidrelétricas para atendimento à potência. Para reequilibrar o sistema e garantir o atendimento futuro da demanda será necessário aumentar as defluências no baixo Paraná, com maior utilização dos recursos das bacias dos Rios Grande e Paranaíba.
Exportação
O Brasil passou da condição de importador de energia termelétrica dos países vizinhos até o fim do período úmido para exportador a partir de junho, o que trouxe benefícios diretos para o consumidor brasileiro, aponta a nota do CMSE. A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica registrou arrecadação de R$ 42 milhões com a venda à Argentina e ao Uruguai de energia de térmicas que não estão sendo utilizadas no atendimento ao SIN. Esse valor foi destinado à compensação da conta que centraliza os recursos das bandeiras tarifárias.