Em 2022, a Alupar pretende concluir três projetos de geração de energia renovável, que totalizam 120 megawatts de potência instalada. “Sobre os novos projetos, vai depender muito do que a gente achar no mercado. Vamos olhar as oportunidades sim, pois tem muita coisa de transmissão vindo e vamos avaliar onde podemos fazer as melhores alocações de capital”, disse o CFO da companhia, José Luiz Godoy.
O executivo afirmou que tem observado um aumento de custo tanto nos projetos de eólica quanto nos de solar. “Vemos uma dificuldade muito grande de fazer projetos hidráulicos. É praticamente impossível você conseguir uma licença para um projeto hidráulico e quem for implantar o projeto daqui para frente vai ter um custo maior e que vai ter que refletir no preço das PPA e energia”, explicou.
Godoy ainda afirmou, durante teleconferência com investidores nesta quarta-feira, 10 de agosto, que o projeto da PCE ELTE está em andamento. “A licença já foi emitida com uma restrição no final da execução. Já fizemos todos os estudos exigidos e já foram entregues no órgão licenciador e acreditamos que mais uns 60 ou 90 dias essas restrições devem cair. É uma restrição bastante pequena e ela impacta somente 15 torres na chegada da linha e com isso não é nada que seja tão impactante assim”, ressaltou.
Ele ainda declarou que estão encontrando dificuldades com relação aos epecistas. “A questão da pandemia agravou muito a situação de muitos prestadores de serviços. Hoje no Brasil temos poucos epecistas em função dessa crise e reduziu bastante. Inclusive vi uma manifestação de vários epecistas no Ministério de Minas e Energia no final do ano explicando todas as dificuldades que estavam passando. O efeito da pandemia causou um impacto muito grande nas empresas e eu vejo uma tendência de alta nos custos dessa área. Durante a implantação dos nossos projetos tivemos que substituir mais de cinco fornecedores ao longo dos projetos por não estarem performando de forma adequada e então eu acho que isso aí é uma coisa que vai impactar cada vez mais os projetos”.
Vale destacar que a Alupar registrou lucro líquido de R$ 180 milhões no segundo trimestre, com recuo de 45,8% sobre igual período anterior, de acordo com a medida IFRS. Nos seis primeiros meses do ano, o lucro chegou a R$ 611 milhões, 6,8% menor.
No 2T22 foram realizados investimentos totais da ordem de R$ 212,5 milhões, sendo R$ 98 milhões investidos no segmento de transmissão, R$ 113 milhões no segmento de geração, e R$ 1,5 milhões no desenvolvimento de novos negócios, ante os R$ 204 milhões registrados no 2T21, quando R$ 147,3 milhões foram investidos no segmento de transmissão, R$ 55,9 milhões foram investidos no segmento de geração e R$ 800 mil no desenvolvimento de novos negócios. “Com relação aos investimentos, estávamos num ciclo de investimento que agora estamos concluindo. Ainda temos um valor muito relevante para investir entre este ano e o próximo, vários projetos estão por vir”, ressaltou o CFO.
Com relação a parceria com a Equatorial no último leilão, Godoy afirmou que foi muito boa e produtiva. “Eles têm uma linha de pensamento muito coerente com a nossa e eu acho que foi bastante interessante. E claro que podemos eventualmente fazer parcerias com eles no futuro ou sempre que fizer sentido para agregar para as duas partes. Sempre podemos estudar e estruturar uma parceria com eles”, finalizou.