A Eneva fechou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 147 milhões, 25% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado ficou em R$ 503 milhões, crescimento de 33%, e a receita operacional líquida também se destacou pelo aumento de 40%, atingindo R$ 1,35 bilhão, também comparados ao período abril/junho de 2021.

O resultado financeiro positivo é atribuído principalmente à exportação de energia do Complexo Termelétrico Parnaíba, no Maranhão, para a Argentina, e pela entrada em operação comercial da última unidade geradora da usina térmica Jaguatirica II, em Roraima.

A venda de eletricidade aos países vizinhos passou de 181 MW médios no início de maio para cerca de 1,4 GW médio no fim de junho. Também em maio, entrou em operação comercial a terceira e última unidade geradora da Jaguatirica II, completando a capacidade instalada de 141 MW.

O Diretor Executivo de Marketing, Comercialização e Novos Negócios da Eneva, Marcelo Lopes, disse em teleconferência nesta sexta-feira, 12 de agosto, que a geração de junho foi bastante elevada. A empresa conseguiu operar com Parnaiba III e IV na maior parte do mês. Em julho, isso não se repetiu no escoamento da geração, porque os empreendimentos competiram com o aumento da geração eólica e hidrelétrica.

“Agora em agosto deve ser mais do que julho e menos do que junho”, disse Lopes. Já em setembro, a demanda cai porque a temperatura na Argentina volta a subir. Mas tem espaço para vender algum volume de Parnaíba V, mesmo com redução da demanda de gás para calefação e o aumento da temperatura no país vizinho. “A gente acredita que essa janela de exportação para a Argentina não cessa.”

O CEO da companhia, Pedro Zinner, destacou em nota da companhia o “salto estratégico” dado no período, com a ampliação da capacidade de geração, o fechamento de novos contratos de fornecimento de gás natural e a captação de recursos em condições ainda mais favoráveis ao caixa empresa.

A empresa assinou os contratos de aquisição da Termofortaleza (327 MW) e da Celsepar e Cebarra, que tem com o principal ativo a UTE Porto de Sergipe I (1,6 GW). A aquisição inclui também projetos de expansão que podem somar 3,2 GW à capacidade instalada da Eneva.

Além disso, fechou acordo de fornecimento de gás natural liquefeito extraído da Bacia do Parnaíba com a fabricante e papel e celulose Suzano e com a mineradora Vale, no Maranhão. E concluiu a oferta pública com emissão de 300 milhões de ações, com captação de R$ 4,2 bilhões.

O diretor de Finanças, Marcelo Habibe, destacou que no segundo trimestre a alavancagem da companhia foi muito pequena, de 2,2 vezes, o que deve perdurar no terceiro trimestre. A alavancagem vai atingir o pico no quarto trimestre, com a aquisição da Celse, mas a previsão é de que ela fique abaixo de 4 vezes a relação divida liquida/Ebitda.

A empresa cadastrou na Empresa de Pesquisa Energética um conjunto de projetos para o leilão de capacidade na forma de energia de reserva, marcado para 30 de de setembro, com capacidade superior à demanda prevista no certame. “A gente tem em mãos alguns projetos que Aneel licenciou, e a gente negociou a aquisição de outros. Já está tudo encaminhado. O que a gente está fazendo agora e a análise de qual é o volume adequado que vai estar buscando no bid em setembro”, disse Lopes.