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A aquisição dos ativos da Quantum levou a Argo Energia a uma nova dimensão no setor de transmissão do Brasil. A empresa que até o final do ano passado contava com pouco mais de mil quilômetros de linhas e 11 subestações, mais que dobrou a extensão de seus ativos, está com pouco mais de 4,2 mil km de LTs e 31 subestações.

Para alcançar esse volume a empresa foi ao mercado secundário. A começar pela aquisição do projeto Rialma III  em novembro de 2021 e o negócio anunciado no primeiro dia de agosto junto à subsidiária da Brookfield. A previsão da companhia é de que essa segunda operação seja concluída ainda este ano, conforme é o padrão para negócios dessa dimensão.

Com toda a lição de casa para fazer e que envolve a questão de chamada de capital para a organização da operação, integração dos ativos e pessoal que assumirá, deverá ficar de fora do leilão de dezembro. Mas, isso não significa que deixou de avaliar novas oportunidades no ano que vem seja no ambiente de leilões da Aneel ou no mercado secundário.

Quem diz isso é o CEO da empresa, José Ragone, e o CFO Paulo Ferreira, ambos profissionais oriundos da Taesa. Eles receberam a reportagem da Agência CanalEnergia para falar dos planos da Argo Energia e da operação cujo Entreprise Value, ou valor da empresa foi de R$ 7,4 bilhões.

Aquisições seguem a orientação dos acionistas de ter uma posição relevante em transmissão no Brasil.
José Ragone, Argo Energia

“Essa operação está em linha com o cumprimento de um plano estratégico que é de crescimento no país”, disse Ragone. “Há uma orientação interna e o que fizemos foi operacionalizar esse posicionamento dos acionistas de aumentar a participação de mercado”, acrescentou.

Esses sócios são o Grupo Energía Bogotá da Colômbia e a espanhola Red Eléctrica de España, cada uma com 50% da Argo. Essa história remonta ao final de 2019, quando o fundo Pátria vendeu a transmissora por R$ 3,5 bilhões. Desde então, comentou o CEO, a Argo segue essa orientação e que culminou com as duas aquisições.

Apetite racional

Todo o processo que resultou na compra dos ativos da Brookfield começou em janeiro. Em uma operação padrão para o mercado, explicou Ferreira.

Para a Argo os ativos interessaram por uma questão bastante importante, as sinergias entre os projetos que a Argo detém e estão no Nordeste e em Minas Gerais, regiões onde o potencial de expansão e integração das renováveis é bastante alto. Seja por meio de novos projetos bem como de reforço para os existentes.

“Nesse negócio avaliamos com vários ângulos, tinha o tamanho suficiente para um esforço financeiro, a questão geográfica, pois é um região que no futuro há necessidade de expansão no grid e reforços dentro do que existe por conta das plantas de geração eólica e solar. Enfim, há muitos drives importantes em uma transação só”, relacionou o CFO.

“Vale lembrar que em menos de três anos tivemos uma grande movimentação financeira, começando com a própria aquisição da Argo pelos nossos acionistas, e agora mais essa, além de Rialma III”, complementou o CEO.

Ferreira explicou que a aquisição das linhas da Quantum envolve uma parcela de financiamento, mas uma grande parte será de equity dos acionistas. Assim a Argo reduz sua alavancagem deixando a transmissora em uma situação confortável para continuar a aplicar a estratégia elaborada de crescimento pela via greenfield e também brownfield.

A maior parte dos recursos que financiam a aquisição é de equity dos acionistas, que deixam a companhia em uma situação financeira saudável para quando terminar a integração, voltar a avaliar o mercado, Paulo Ferreira, CFO da Argo Energia

Contudo, a continuidade dessas ações deverão ficar mesmo para o ano que vem apenas. “Olhamos tudo, somos seletivos e priorizamos o que faz sentido. Há prioridade por ativos? Não, nossa avaliação é sistêmica. No ano que vem há indicativo de leilões grandes e estamos olhando. Em dezembro nossa posição é de não participar, é de menor proporção e com ativos bem específicos, guarda sinergias com outros players, é provável que não, mas a decisão não está tomada”, revelou Ragone.

Ferreira ressaltou o desafio que a Argo tem agora que é o de integra a nova estrutura dentro da companhia, que agora mais que dobrou de tamanho e com todos os ativos operacionais. Não há obras em andamento, ou seja, todos estão gerando caixa para a companhia.

Aliás, a avaliação da Argo Energia é de que haja bastante competição no leilão de dezembro. São poucos projetos então as empresas deverão ter maior apetite. Já para o ano que vem há uma incógnita, pois não há clareza sobre como estarão as condições de preços de commodities, câmbio, e ainda, serão muitos projetos colocados ao mercado, o que dificulta a avaliação se o ambiente de competição continuará tão acirrado.