O Brasil consumiu 63.083 MW médios de energia elétrica em julho, mostrando uma variação positiva de 2,6% em relação ao mesmo período de 2021, aponta o último boletim da CCEE. No comparativo anual, a demanda segue em alta desde fevereiro, puxada principalmente por setores como serviços, bebidas e madeira, papel e celulose.
O cenário é observado especialmente na indústria e grandes empresas, como shoppings e redes de varejo, que negociam o insumo no mercado livre. Em julho, o ambiente consumiu 23.458 MW médios, montante 7,1% superior na comparação anual.
Outros 39.625 MW médios foram demandados pelo mercado regulado, que abastece residências e pequenas empresas. No segmento houve incremento de 0,3%, reflexo da elevação da temperatura em boa parte do país, exceto na região Nordeste.
Como a migração entre os ambientes tem influência representativa sobre os resultados, a CCEE também analisa como teria se dado o comportamento dos indicadores desconsiderando a movimentação dessas cargas. Nessa simulação, o ACL teria um avanço menor, de 4,2%, enquanto o regulado registraria um crescimento de 2,1%. Em outra hipótese, se não houvesse geração distribuída, haveria uma alta de 2,5% no volume demandado pelo ACR.
Atividade econômicas e regiões
Nos 15 ramos de atividade econômica que a CCEE monitora no mercado livre, desconsiderando as novas cargas que migraram nos últimos 12 meses, a maior alta ocorreu no segmento de madeira, papel e celulose, com 18,9%, seguido por 13,9% em bebidas e 7,6% em serviços. Entre os que registraram quedas estão os têxteis, com 4,1% e 1,5% respectivamente.
Na avaliação por estado, quase todas as regiões do país aumentaram a demanda por energia elétrica em julho frente ao mesmo período do ano passado, exceto parte do Nordeste, Amapá, Espírito Santo e o Rio Grande do Sul. Destaque para Roraima, com alta de 23%, Mato Grosso e o Acre, ambos com crescimento de cerca de 17% cada.
Dependência térmica recua 54%
Na geração as hidrelétricas forneceram 45.022 MW médios ao Sistema Interligado Nacional (SIN), volume 32,7% maior em relação ao mesmo período de 2021, sinal da boa recuperação dos reservatórios. Consequentemente houve a redução da dependência de térmicas, que recuaram em 54%. Destaque ainda para o aumento de 66,7% na produção de energia solar fotovoltaica e de 16,7% de geração eólica. Ao todo o país produziu 4,5% mais energia do que no ano passado.
Exportação
O Brasil também exportou 986 MW médios de energia para a Argentina e o Uruguai. Pela contabilização do setor, a venda de excedentes para países vizinhos é registrada como um “consumo” no segmento de Serviços. Levando em consideração esse efeito, o volume total demandado teria crescido em 4,3% frente a julho do ano passado e somente o ramo de atividade apresentaria uma alta de 94,2%. O Rio Grande do Sul teria ampliado o resultado em 24%, uma vez que o escoamento do insumo ocorre por linhas de transmissão no estado.