A Associação Brasileira da Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) está otimista com a perspectiva para 2026 na geração distribuída. Entre os motivos estão as conversas que a entidade vem mantando com os principais candidatos à Presidência da República que indicam as renováveis como a estratégia a ser seguida nos próximos anos.
Tanto que a associação está com um conjunto de propostas que inclui uma meta, assim como apresentado nas eleições de 2018. Mas desta vez mais ambiciosa em termos de expansão. Segundo o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, a entidade aponta que seria recomendado a meta de ter, até o final de 2026, 5 milhões de telhados solares no país, que somaria até 25 GW de capacidade instalada.
“Nas eleições anteriores apontamos uma meta de 1 milhão e ultrapassamos fácil esse volume. Percebemos que o mercado avança corretamente quando não há barreiras que impeçam a sua evolução”, destacou ele em entrevista coletiva realizada na Intersolar nesta terça-feira, 23 de agosto.
Segundo cálculos da entidade, caso essa meta seja efetivamente realizada serão R$ 124,5 bilhões em investimentos com a geração de 750 mil empregos e que resultarão em arrecadação de R$ 37 bilhões aos cofres dos governos nas três esferas de administração.
Inclusive, Sauaia destacou que é necessário no país o estabelecimento de uma política de Estado e não de governo que muda conforme há a alternância de poder. Nesse sentido, indica que até 2030 a Absolar vê potencial de vermos até 12 milhões de sistemas instalados em telhados no país, o que levaria a uma capacidade de 60 GW somente em geração distribuída, R$ 300 bilhões em investimentos, 1,8 milhão de empregos e R$ 90 bilhões em arrecadação de impostos.
Sauaia reforçou que a questão da quantificação dos benefícios da GD no setor elétrico brasileiro está no foco da entidade. Além disso, ressaltou o executivo, a entidade também está atenta às questões de implementação da fonte por meio de leilões no mercado regulado e revelou que a ação civil que a entidade impetrou contra a não participação da fonte no A-6 deste ano foi retirada.
“Na nossa leitura, nosso pedido de ação foi retirado porque perdeu o objeto, mas que isso sirva de alerta e não achamos razoável que para a expansão da matriz elétrica a fonte solar fique de fora de um leilão. Outro ponto é o leilão de capacidade, está mais do que comprovado que a combinação em conjunto com armazenamento ou outras fontes de geração podemos prover os recursos técnicos necessários para que a operação seja viabilizada nesse certame”, comentou ele.
Sobre a proposta aos presidenciáveis, Sauaia comentou que além do governo federal, as esferas estaduais e até municipais terão maior protagonismo no futuro da expansão da fonte também. E além disso, propôs para aqueles estados que não possuem capacidade de equiparar as condições oferecidas pelo estado de Minas Gerais, e São Paulo, que deverá adotar essa postura, realizar um convênio com a entidade para que essa competitividade da GD seja alcançada.