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As alterações nas regras para a geração solar tanto distribuída quanto na centralizada têm levado a um recorde de importação de equipamentos no Brasil este ano. Somente no primeiro semestre o crescimento é de 100% na comparação com o ano de 2021. No primeiro trimestre foi registrada a entrada de 5 GWp em capacidade e as indicações apontam para um um volume semelhante no segundo trimestre. Esse dado foi revelado há pouco pela consultoria Greener em sua pesquisa semestral de GD.

Esses equipamentos podem viabilizar investimentos totais de R$ 35 bilhões considerando todo o ciclo de um projeto solar. A maior parte, diz o CEO da Greener, Márcio Takata, deve estar sim direcionada para a geração distribuída, até pela proximidade com a mudança das regras. Na geração centralizada é a busca por desconto fio, os aportes deverão começar a ser realizados a partir de 2023 a até 2025.

“Na geração centralizada o regulatório também é motivado de aumento das importações com o desconto fio sendo o motivador, mas esse está com prazo mais longo”, disse ele.

Outro destaque da pesquisa que contou com a participação de 1.600 empresas é o custo dos sistemas que diferentemente da última edição que apresentou alta, indica a reversão dessa tendência. Os preços, aponta ele, estão 4,3% menores para o consumidor final. Como os motivadores dessa retração mesmo em um ambiente de câmbio elevado está a retração dos custos com frete e, principalmente a concorrência no mercado nacional.

“Essa queda deriva de um importante volume de equipamentos que chegaram ao mercado no 1º semestre no Brasil, formando estoques robustos. Ao mesmo tempo a logística está mais favorável, o preço dos fretes vem recuando e se refletiu nos equipamentos. Além disso, o ambiente competitivo vem reduzido os valores no segmento, tanto de atacado como varejo. Essa curva deve continuar e a tendência de queda se mantém”, aponta ele.

Segundo dados da Greener, hoje o Brasil conta com cerca de 200 distribuidoras de equipamentos. Até pouco tempo atrás não passavam de 20 empresas. Esse é um reflexo da expansão do setor que se mostra no interesse das empresas em ter um sistema e poder mitigar os impactos da tarifa de energia.

Nem mesmo dois fatores foram capazes de reduzir o apetite do consumidor pela fonte, conta Takata. O aumento da taxa básica de juros, a Selic que está em 13,75% e influencia no custo final de financiamentos, que estavam presentes em 57% das vendas e nem a redução do ICMS que acabou por reduzir o custo da conta de luz.

“Apesar do aumento do custo do financiamento para o consumidor, o interesse continua, no início do ano estava em 57% das vendas e agora está em um nível de 54%, recuou mais até mesmo do que estimava. Se a Selic não estivesse tão alta o índice de vendas financiadas seria maior”, avalia. “Isso mostra que a GD é uma solução competitiva para o consumidor embora haja essa queda da tarifa por conta da redução do tributo estadual”, acrescenta.

Hoje, um sistema residencial médio no Brasil está com um valor de R$ 19,5 mil para 4 kWp, um ano atrás era de R$ 20,6 mil. O payback, ou retorno sobre o investimento, está entre 4 anos e 4,5 anos. A mudança das regras no ano que vem deverão mudar um pouco esse tempo de retorno, mas na avaliação da Greener não serão tão significativo.

Esse cenário é diferente quando se fala de geração distribuída remota. A pesquisa aponta que a estimativa é de que até o final de 2023 a demanda no Brasil possa se aproximar de 5 GW por conta da mudança de regras. Essa modalidade ainda deverá apresentar rentabilidade interessante até o final do ano que vem. Mas para 2024 o cenário muda com as regras colocadas na lei 14.300. O que pode levar a um outro ponto de atenção, um aumento dos custos, principalmente de serviços o que inclui mão de obra para a construção desses projetos.

Enquanto essas perspectiva não se concretizam, diz Takata, a área de consultoria da empresa vem registrando um alto volume de demanda de novos investidores internacionais. “São fundos de investimentos que estão de olho no mercado solar do país e inclusive fechando negócios”, conclui.