fechados por mês
eventos do CanalEnergia
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Reavaliar os subsídios do setor elétrico e regulamentar com rapidez temas fundamentais para o protagonismo do país na economia verde serão prioridades para o próximo governo, na avaliação do sócio da PwC Brasil Adriano Correia. E quando se trata de regulamentação, os pontos que se sobressaem como os mais urgentes são mercado de carbono e eólica offshore.
Para o executivo, muitas coisas fogem do controle do governo, mas há outras agendas em que é possível trabalhar, como a redução dos encargos pagos pelo consumidor de energia elétrica para bancar políticas direcionadas a segmentos específicos.
“Quando a gente olha para a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) e a evolução nos últimos anos, a gente fica preocupado com o que vai acontecer nos próximos anos e até onde vai conseguir aguentar”, afirma Correa. Os custos da conta setorial chegaram a R$ 32 bilhões em 2022, e a tendência é de aumento nos próximos anos. Não à toa, o tema está no programa dos principais candidatos à Presidência da República.
O governo já publicou decretos sobre mercado de carbono e a exploração de energia em alto mar, mas os dois temas ainda carecem de uma regulamentação que dê maior clareza aos investidores. No caso da eólica offshore, são projetos que demandam tempo e que precisam sair o quanto antes do papel, avalia Correia.
Há uma quantidade já expressiva de empreendimentos com pedido de licenciamento no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, mas muitos deles, segundo o órgão ambiental, tem sobreposições. A aposta de investidores do setor é de que os primeiros projetos da fonte deverão ser concluídos apenas no fim da década.
“Se a gente perder esse timing de fazer os investimentos, talvez não consiga aproveitar o momento que o mundo está passando, principalmente em termos de transição energética”, avalia o consultor da PwC.
No mercado, todos sabem o que fazer para reduzir o impacto do seu negócio. As opções passam por eletrificação, hidrogênio verde e mais investimentos nas fontes eólica e solar. “Mas eu tenho visto que o pessoal tem uma dificuldade enorme em como fazer. Como tirar do papel os projetos é que eu acho que tem sido o maior desafio para o empresário hoje. E aí a gente está falando de investimentos relevantes, em infraestrutura essencialmente, investimentos de longo prazo que precisam ser feitos com urgência e a pessoa não pode errar.”
Quando se avalia o setor elétrico, até pela complexidade das questões envolvidas, as decisões devem ser sempre técnicas, pensando, primeiro, na segurança energética do país. O executivo vê uma evolução importante em relação a isso nos últimos anos, mas alerta que é preciso também otimizar o custo do setor.
“A gente precisa recuperar esses dois elementos, o custo e segurança. E a gente tem obviamente condições para fazer isso, se pensar na capacidade que o Brasil tem para fazer projetos com energia barata.” E em cenário no qual as energias renováveis despontam como uma aposta certa, o gás tem papel importante como combustível da transição.