O consumo médio total de gás natural no Brasil apresentou queda de 27,1% no segundo trimestre em função da recuperação dos reservatórios hidroelétricos, que reduziram o despacho das térmicas e consequentemente o uso do gás, de 32 milhões m³/dia para 9,6 milhões m³/dia, informa o último boletim da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás).
Sem considerar as UTEs, o consumo médio do insumo no período chegou a 44 milhões m³/dia, aumento de 6,2% na comparação com o resultado sob o mesmo critério no segundo trimestre do ano passado, quando a demanda atingiu 41,4 milhões m³/dia. Os dados representam a soma dos volumes consumidos pelos segmentos industrial, automotivo, comercial, residencial, cogeração, matéria-prima e outros.
“O setor de distribuição tem como principal indicador os segmentos que têm demanda firme. E o que vemos nesses segmentos é uma tendência de crescimento, com destaque para os consumos da indústria, com alta de 5,2%, e do gás natural veicular, o GNV, com avanço de 19,6%”, explica o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon.
Também tiveram movimento ascendente os segmentos comercial, residencial e cogeração – com o ponto alto sendo a recuperação do comércio, que variou 23%, em outro reflexo da melhora do quadro sanitário imposto pela Covid. Já o consumo residencial avançou 2,2% e a cogeração 2,8%. Por outro lado, a geração de energia elétrica teve uma queda drástica de 70% no uso do insumo.
Atualmente são mais de 4.149.232 clientes ligados à rede de gás canalizado, num crescimento de 6% na base de clientes no período, com adição de mais de 234 mil pontos de consumo. Em média são 641 novos consumidores conectados nos mais de 40 mil km de extensão odas redes das distribuidoras por dia.