A Agência Nacional de Energia Elétrica aprovou as 14 propostas apresentadas por distribuidoras na chamada de projeto prioritário de Eficiência Energética para hospitais públicos e filantrópicos. O projeto tem investimento previsto de R$123 milhões de reais, mas o valor deve alcançar quase R$ 128 milhões com as contrapartidas previstas.

Os projetos de eficientização foram submetidos à Aneel pelas empresas Copel Distribuição, CPFL Paulista, CPFL Piratininga, RGE Sul Distribuição, Celesc Distribuição, Energisa Acre, Energisa Mato Grosso do Sul, Energisa Paraíba, Energisa Tocantins, Energisa Mato Grosso e Eletrocar.

Eles tem como objetivo reduzir a conta de energia em estabelecimentos de saúde, com ações que podem envolver troca de equipamentos, adequações prediais e instalação de de sistemas de geração fotovoltaica.

Serão beneficiados diretamente 117 hospitais, mas o número final deve superar 140 estabelecimentos, considerando que um dos projetos será feito de forma cooperada. Do grupo de beneficiários 97 devem receber painéis solares.

É esperada economia de energia de 37.780,96 MWh/ano, sendo que para cada R$ 1,00 investido é calculado um retorno para a sociedade de R$ 1,27. O Grupo CPFL e a Copel se destacam na destinação de recursos para o projeto. O grupo de distribuição alocou em torno de R$ 51 milhões somente na CPFL Paulista, enquanto a estatal paranaense vai destinar R$ 36 milhões.

O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, disse que ficou particularmente frustrado com a ausência no projeto de distribuidoras que atuam em áreas de concessão com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Apenas a Energisa apresentou propostas para as distribuidoras do grupo no Acre e em Tocantins, no Norte, e na Paraíba, no Nordeste.

Em meados de 2019, a Aneel já discutia o uso de recursos do programa regulado de eficiência energética, que tinha em caixa R$1,8 bilhão. Uma parte desses recursos foi usada, no entanto, para reduzir os impactos da pandemia do coronavírus para o consumidor em 2020.

Outra parcela ainda em conta foi usada em hospitais públicos, aproveitando projetos já existentes de distribuidoras para a troca de equipamentos menos eficientes. “Quando a gente faz uma retrospectiva, R$ 305 milhões, em valores históricos, já foram utilizados”, destacou o diretor, lembrando que a regulamentação do uso de recursos de eficiência energética pode alcançar 4 mil estabelecimentos de saúde no Brasil.