No primeiro semestre de 2022, o mercado livre de energia registrou 28.926 unidades consumidoras, cerca de 2.197 a mais, segundo dados da Abraceel. Com isso, o ambiente de livre contratação, apesar de contar com apenas 0,03% dos consumidores, passou a ser responsável por 38% da energia elétrica consumida no país, se aproximando para romper definitivamente a barreira de 25 GW médios. Além disso, 88% do consumo industrial de energia elétrica é atendido pelo mercado livre, patamar que tem se mantido estável nos últimos meses.
Já a quantidade de unidades consumidoras no ambiente de contratação livre cresceu 19% em 12 meses, confirmando um movimento de forte expansão. Do total de unidades consumidoras no mercado livre de energia atualmente (28.926), 15% migraram nos últimos 12 meses (4.533).
De acordo com a Abraceel, a expansão do mercado livre de energia segue restrita devido à impossibilidade de outros grupos de consumidores, sobretudo os que consomem energia em baixa tensão, como residências e pequenos negócios, estarem impossibilidades de escolher o fornecedor, um movimento já consolidado em dezenas de países e que está atrasado em quase duas décadas no Brasil.
O boletim da Abraceel mostra que o desconto no preço da energia para os consumidores no mercado livre chegou a 40% no mês, considerando a diferença entre a tarifa média das distribuidoras (R$ 280/MWh) e o preço de longo prazo do mercado livre (R$ 169/MWh).
O valor se refere somente à energia, um dos componentes da tarifa elétrica, que é formada ainda pelos custos referentes à transmissão, distribuição, encargos e impostos. No cálculo da Abraceel, a tarifa de energia inclui a bandeira tarifária vigente, ao passo que o preço no mercado livre considera o ESS (encargos de serviços ao sistema) e a energia de reserva.