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A gestora e comercializadora gaúcha Ludfor Energia anunciou a abertura de um escritório em São Paulo, com o objetivo de ampliar sua atuação na região Sudeste. Localizada no bairro Pinheiros, a nova base conta com uma equipe multidisciplinar especializada, com foco em estratégias de compra e venda a partir da mediação entre consumidores e geradores, além de previsões de mercado, análise de riscos e elaboração de estratégias com base nas necessidades de cada cliente.
Com sede principal em Bento Gonçalves (RS), a empresa começou no mercado há 27 anos e atende atualmente a cerca de 760 grupos econômicos como a Tramontina, tendo 600 MW de energia por mês sob sua gestão, 42,5% a mais do que no ano anterior. A comercializadora foi criada em 2018 e o grupo conta com mais duas unidades de negócio: a Origem, para investimentos em geração de energia; e a Operasul, com foco na manutenção e operação de hidrelétricas.
Entre os novos clientes paulistas já atendidos pela filial, estão a Jundiá Sorvetes e a Techcollor. Em entrevista à Agência CanalEnergia, a diretora comercial da Ludfor, Betina Galves Rui, disse que um dos motivos para o aporte de R$ 380 mil na abertura da sede em São Paulo é ter braço para atender ao Sudeste e Centro-Oeste, mercados que embora tenham um polo estabelecido, possuem ao mesmo tempo uma necessidade na melhora do atendimento, no sentido de acompanhamento dos clientes.
“Na comercialização o principal ponto foi para abarcar mais pessoas, obtendo mais nível de crédito e aumentando o capital social”, destaca a executiva, afirmando que a companhia pretende crescer em todas as suas frentes de negócios. Nos últimos 12 meses, a área de trade registrou aumento de 58% no volume médio de energia transacionada no mercado livre em relação a 2021, chegando a 87,727 MW médios.
Gestão personalizada
Para Betina, o principal diferencial da companhia é estar próximo ao cliente, indo até ele e entendendo o planejamento, como foi feito em agosto na 39ª edição da Expoagas, em Porto Alegre, num evento ligado ao setor supermercadista. Na ocasião metade da feira já era cliente da Ludfor, com o restante sendo possível também de angariar a partir de diversas reuniões realizadas e a percepção de que as corporações estavam desassistidas.
“Sempre buscamos entender o cliente para depois atendê-lo da melhor forma possível, o que vai ao encontro com a personalização que vendemos. É diferente das empresas que começaram a partir da comercialização, que não irão ter esse olhar da prestação de serviços”, comenta.
A estratégia do modelo de negócio é centrada em avaliar se o cliente necessita de uma geração própria naquele determinado momento e se na fonte hídrica ou solar (que despontam como preferências atuais), atendendo de ponta a ponta a gestão e a geração, passando pela comercialização.
Na área de gestão, que começou tratando de questões bem técnicas para redução de custos através de demanda, tarifação e fator de potência, são 300 empresas novas entrando em 2022, tendo dobrado a meta para esse ano após ter batido a marca antes do primeiro semestre. Além de supermercados, o setor metalúrgico, calçadista e de papel e embalagens lidera o quadro de clientes.
Betina lembra que o grupo consta como segundo ou terceiro maior gestor do país, e por vezes ficando no primeiro lugar no ranking de migrações ou troca de representações no mercado livre. No ambiente foram em média 30 clientes novos em 2022, aumentando numa média de sete clientes, o que é muito relevante para uma empresa com a matriz no interior do Rio Grande do Sul.
Betina Galves: empresa dos colonos de Bento Gonçalves cresceu para uma das maiores gestoras do Brasil (Ludfor)
Projetos de geração
A Ludfor sempre foi uma empresa familiar, representando a junção das famílias Ludwig, por parte de pai e que sempre trabalhavam com energia, e Foresti, pelo lado materno. Começou em 1995 com Valdir Ludwig, que decidiu empreender para resolver os problemas que que via acontecer na CEEE e que não eram resolvidos, durante o tempo que trabalhou na concessionária gaúcha em Porto Alegre.
Em 2005 o filho Douglas assumiu o negócio como diretor-executivo, tendo sido o grande responsável pelo ingresso da companhia no ambiente de contratação livre, além de ter passado por momentos difíceis e desafiadores, como em 2019 na criação da holding para avançar com investimentos em projetos de geração próprios e em parcerias.
Atualmente são R$ 94 milhões aportados em usinas operando e em construção, somando 86 MW, sendo 17,8 MW em operação, 18,7 MW em implementação e 49,4 MW em fase de projeto. A maioria são empreendimentos hídricos, complementados agora pela fonte solar que vem crescendo. Para esse ano duas centrais de geração hidrelétrica e uma fotovoltaica devem ser finalizadas, e para o ano que vem três CGHs e três UFVs.
Com 140% de aumento na receita da holding nos últimos 12 meses, a meta da Ludfor em termos gerais é realizar o aprimoramento dos colaboradores e de conhecimentos para se tornar mais sólida e seguir crescendo em todas as frentes do negócio, nunca esquecendo de suas origens e do jeito raiz dos colonos de Bento. “Não vamos para São Paulo e mudar o jeito que falamos ou nos vestimos. É a caneta no botão da camisa para fora e esse é o jeito”, finaliza Betina Galves Rui.