A implantação de luminárias de LED no interior do Amazonas já garantiu, de forma imediata, a economia de 26,9% no consumo de energia elétrica nos municípios, o que se traduz em ganhos no processo de descarbonização. Calcula-se a retirada de 26,6 mil toneladas de gás carbônico (CO2) da atmosfera em dez anos, levando-se em conta apenas os resultados obtidos em 08 municípios.
O levantamento é da Avanço Construções, empresa contratada pela Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE) do Governo do Amazonas, para a realização dos serviços de modernização do sistema de iluminação pública do interior. Até o momento, o serviço já foi concluído em 15 municípios e 22 comunidades rurais. Em oito municípios já é possível calcular os benefícios gerados.
Segundo o coordenador executivo da UGPE, engenheiro civil Marcellus Campêlo, até o final do ano serão contemplados 27 municípios e os ganhos em descarbonização serão mais do que triplicados. “A meta final é atingir todo o interior”, disse.
De acordo com a Avanço Construções, a economia de energia com a implantação das luminárias de LED pode chegar a até 60%, dependendo da carga instalada no parque de iluminação com as lâmpadas antigas. Nos municípios analisados, além da modernização que gerou redução de quase 27% no consumo, dos 17,1 mil pontos que receberam LED, 1,2 mil postes não tinham nenhum tipo de iluminação.
A queda no consumo, provocada pelo fato de as luminárias de LED serem mais econômicas, implica na redução da queima de combustíveis fósseis, usados na geração de energia, no interior.
A redução alcançada no consumo de energia, na análise do diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux), Marco Poli, é bastante significativa, assim como o impacto positivo que isso vai gerar ao meio ambiente. “Esses valores são tremendamente significativos e os números não deixam dúvidas”, destacou.
Para os cofres públicos, a redução no consumo de energia também traz grande impacto. Considerando que a tarifa paga pelos municípios do Amazonas à concessionária de energia, acrescida dos impostos, é de R$ 0,44 centavos por quilowatt/hora, a previsão é que sejam economizados pelos oito municípios em questão, em um período de dez anos, R$ 22,8 milhões (com aplicação do reajuste médio anual de 7%).
Um levantamento preliminar da Avanço Construções feito nos oito municípios mostrou que houve uma redução no consumo de 288 MWh/mês, saindo de 1.070 MWh/mês com as lâmpadas convencionais, para 782 MWh/mês com a implantação da iluminação de LED. A queda representa mais de 35 mil megawatts por hora, que serão economizados em dez anos, o suficiente para garantir a geração de energia de toda a cidade de Parintins por três meses.
“Essa é a diferença do consumo anterior para o novo consumo com as luminárias de LED. O resultado é a economia já observada hoje, isso com o aumento do fluxo luminoso em substituição à uma iluminação defasada existente que não atendia os requisitos mínimos”, ressaltou o engenheiro eletricista e diretor operacional da Avanço, Anderson Bittencourt.
“Com a redução do consumo, o ciclo de poluição também se transforma, já que menos combustíveis fósseis são queimados para a geração da energia. Somente com os oito municípios, em dez anos, deixarão de ser emitidas 26,6 mil toneladas de CO2”, explicou um dos engenheiros eletricistas responsáveis pelos trabalhos no interior do Amazonas, Josenaldo Prazeres.