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O uso da tecnologia para a operação de redes e sistemas deve ganhar um grande impulso com a chegada do 5G no país. Apesar de facilitar e agilizar os processos esse fator abre uma grande brecha na segurança das empresas uma vez que ao estarem conectados, esses dispositivos pode ser uma porta de entrada para hackers que se ‘especializaram’ em um segmento específico e podem ‘sequestrar’ ativos. A avaliação é de que a chamada TO (tecnologia da operação) está cerca de 20 anos atrasada em comparação ao momento no qual o segmento de tecnologia da informação se encontra.
O TO é também conhecido como o ambiente industrial crítico, caracterizado por fornecer um insumo ou que sua operação não pode ser paralisada por trazer importantes impactos. Por isso, a continuidade é colocada como essencial. E com o avanço da comunicação dos dispositivos a segurança cibernética ganha mais importância. E o setor de energia é um desses ambientes que estão no foco de uma parceria entre a Nozomi Networks e a TI Safe que foi ampliada.
Segundo acordo firmado entre as duas organizações, a segunda passa a atuar como um provedor de serviços gerenciados de segurança (MSSP) ofertando as soluções da Nozomi por meio de serviços e licenças.
Nycolas Szucko, diretor de Vendas da Nozomi, destacou que a parceira inaugura um novo modelo de comercialização. Na modalidade MSSP, a TI Safe conta com flexibilidade para a comercialização e implementação das licenças da fabricante de software e hardware, conseguindo aumentar ou reduzir o número de licenças dos clientes de acordo com as necessidades deles. Dessa forma, a promessa é a de que o cliente consegue aumentar a proteção de seus parques industriais sem que a solução tenha que ser alterada na implantação, apenas no licenciamento.
E o segmento de energia é estratégico para ambas as empresas. Elas calculam que cerca de metade do faturamento, que não é revelado, tem origem nesse segmento. E a perspectiva de crescimento é interessante nesse campo uma vez que das 150 companhias do setor com mais de 1 mil funcionários e que atuam no Brasil, apenas cerca de 10% estão com ações no sentido de proteção de ativos de forma mais incisiva seguindo as diretrizes do ONS.
Na avaliação das empresas, a indústria e a infraestrutura crítica ainda precisam melhorar no ponto de vista de investimentos para segurança da área de automação OT ou TO/IoT/IIoT. Vale destacar que nos ambientes industriais esses investimentos são bastante recentes, pois o uso crescente de tecnologias digitais ganhou força nos últimos três anos. Com isso, a migração de aplicações e dados para nuvem e a integração das infraestruturas de TI e TO começaram a demandar mais proteção. Hoje, os ambientes industriais são alvos frequentes de ataques no Brasil e no mundo.
Marcelo Branquinho, CEO da TI Safe, acrescenta que hoje as redes conhecidas como TO estão 20 anos atrasadas em relação ao segmento de tecnologia da informação. “Acontece que os hackers evoluíram também e há grupos específicos que se especializaram em atuar em um segmento específico”, diz ele. “Hoje é possível criptografar uma subestação e aí para recuperar não é um trabalho que se consiga realizar de forma tão rápida. Para recuperar tem que reformatar tudo, esse é o efeito cruel da digitalização e as empresas de energia estão no início desse processo de digitalização”, avaliou.
Esse atraso, disse o executivo da TI Safe, deve-se em parte ao fato de que a tecnologia da conectividade chegou a poucos anos a esses dispositivos. Antes, lembra ele, quando havia a necessidade de alguma manobra para a retomada de fornecimento de energia, por exemplo, era necessário a presença de uma pessoa. Hoje as ações são todas feitas de forma remota por meio do sistema. E essa conexão abre uma porta para hackers.