A start up de motos e baterias elétricas Leoparda Electric recebeu US$ 8,5 milhões em sua primeira rodada de investimentos. O montante será utilizado para a contratação do time de profissionais globais, desenvolvimento de software próprio para a execução do negócio e também para a operação piloto no Brasil. Esse primeiro aporte foi coliderado pela Monashees, gestora de capital de risco no Brasil, e pela Construct Capital, fundo norte-americano especializado em hardware e mobilidade. Marcelo Claure, que lançou o Softbank na América Latina, também investiu por meio da Claure Capital.

A Leoparda, que tem o objetivo de reduzir as emissões de carbono na América Latina e tornar a mobilidade mais acessível, foi fundada graças aos esforços de dois executivos do mercado de inovação mundial. Jack Sarvary foi um dos mais especializados e respeitados líderes da Rappi, além de ter fundado dentro da empresa o serviço Turbo, de entrega em menos de 10 minutos. Seu parceiro de negócios na nova empreitada é Billy Blaustein, executivo com cinco anos de experiência como gerente geral na Tesla, onde liderou grandes equipes em operações, a rede de “Super Chargers”, e a venda dos carros usados. Anteriormente, foi responsável pelo lançamento do Uber tanto no Brasil quanto no México.

O modelo de negócios da Leoparda Electric consiste no fornecimento de motocicletas elétricas e uma rede de estações que permitem que usuários possam trocar suas baterias descarregadas por outras prontas para uso imediato a um baixo custo de assinatura mensal. De acordo com Jack Sarvary, cofundador e CEO, as motocicletas elétricas não foram amplamente utilizadas na América Latina até hoje porque são caras e têm autonomia limitada. Usar um veículo desse hoje significaria que muitos usuários teriam que parar por aproximadamente cinco horas no meio do dia para recarregar, o que torna o modelo inviável para o trabalho. No modelo da start up, os usuários vão poder trocar a bateria descarregada para uma nova completamente carregada em menos tempo do que abastecer com gasolina.

Os clientes poderão comprar a motocicleta elétrica sem a bateria, em valor menor do que uma tradicional. Tudo isso significa que os trabalhadores vão poder reduzir seus gastos mensais em mais de 50%. Trocas ilimitadas de baterias recarregáveis e toda a manutenção está incluída para o usuário na assinatura mensal.

O fato de a operação iniciar na América Latina não é por acaso. Existem hoje cerca de 50 milhões de motocicletas nas ruas do continente, sendo que o Brasil concentra boa parte desse montante. No entanto, apenas 1% delas são elétricas, o que mostra atraso em relação a outras regiões como Europa, com 25% do total de motocicletas vendidas no ano passado sendo elétricas; e da China, cuja porcentagem sobe para 40%. São Paulo será a cidade piloto para o início das operações.

Sarvary e Blaustein querem enfrentar dois dos principais desafios do mundo atual: a descarbonização e a desigualdade social. Sarvary pontua que as motos elétricas são excelentes oportunidades nesse sentido, por não somente removerem veículos poluentes das ruas, mas também reduzem bastante o custo de mobilidade da população que, por vezes, não tem muitas alternativas.

A companhia tem como principal foco os motociclistas que utilizam a moto para trabalhar, como entregadores de aplicativos, já que são o público que mais gasta com combustível. Segundo Billy Blausen, mudando para o modelo elétrico, essas pessoas vão economizar bastante, já que R$ 10 de gasolina equivale ao mesmo número de quilômetros percorridos que um entregador pode ir com só R$ 1 de energia elétrica. A Leoparda já estuda parcerias com todos grandes players do mercado e espera chegar a até US$ 1 milhão de receita anual no seu primeiro ano de operação.

Outros investidores incluem entre outros Auteco, principal importador de motos da Colômbia, K50 Ventures, Climate Capital, e uma lista de anjos que inclui fundadores, CEOs e altos executivos de companhias como Rappi, Tesla, Uber, Kavak e Kovi