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A decisão do governo de cancelar os leilões A-6, de sistemas isolados e de reserva de capacidade causou diferentes avaliações nas associações do setor procuradas pela Agência CanalEnergia. Houve um misto de compreensão e surpresa. Na fonte eólica, apesar de o setor eólico ter mais de 20 GW prontos para irem à leilão, como foi no último A-4, a Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias compreende o cenário que levou o governo a cancelar o Leilão A-6. De acordo com a presidente- executiva da associação, Élbia Gannoum, foi uma decisão acertada considerando-se a baixíssima demanda prevista ou, no caso, a ausência de declaração das distribuidoras.

A ABEEólica também entendeu como correta a decisão de cancelar o Leilão para Contratação de Reserva de Capacidade para que se tenha tempo de concluir estudos que estão em elaboração para viabilizar um certame pautado pela neutralidade tecnológica. A associação defende a pauta da “neutralidade tecnológica”, entendendo esse critério como uma evolução necessária para os leilões.

Para a Associação Brasileira de Energia Solar e Fotovoltaica, apesar da fonte não estar incluída no A-6, o cancelamento dos certames não é bom. O vice-presidente Marcos Trannin destaca que a decisão mostra que há uma incerteza das distribuidoras para os próximos seis anos sobre a demanda. Segundo ele, fatores como a abertura de mercado, que influenciará na carga, são preponderantes no planejamento da carga. “Fica difícil prever qual vai ser a carga das distribuidoras nesse horizonte”, avisa. Para ele, a expansão da Geração Distribuída também aparece como outro fator de redução de mercado para a concessionárias de distribuição. “O quanto que a GD vai reduzir de mercado das distribuidoras? Há muito fatores de incerteza”, aponta. Como alternativas, haveria a chance de contratação em certames menores, como A-3 e A-5, o que também esvazia o A-6.

Trannin não acredita que o cancelamento vá atrapalhar o desenvolvimento da fonte solar nem de nenhuma outra, uma vez que a demanda seria muito baixa, com contratação reduzida. Para ele, o olhar deverá se voltar cada vez mais para o mercado livre, que com a liberalização do mercado, deve puxar a expansão da fonte.

Mas para a fonte térmica, o cancelamento do leilão de capacidade, que seria realizado em novembro, não foi bem compreendido. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Geração Termelétrica, Xisto Vieira, os agentes foram pegos de surpresa com o cancelamento, uma vez que havia muita expectativa para o certame. Associados e investidores internacionais se mostravam prontos para o leilão. Segundo ele, soa equivocada a justificativa da busca pela neutralidade tecnológica alegada pelo MME, uma vez que essa neutralidade para fontes confiáveis seriam hidrelétricas e térmicas. Ele aguarda os estudos que serão apresentado como novidade no tema. Ainda segundo Vieira, o sistema precisa de um determinado montante de geração firme para manter os critérios de confiabilidade determinados pelo Conselho Nacional de Política Energética.

O conselho da associação deve se reunir na próxima sexta-feira para avaliar a decisão do MME. Para Vieira, o cancelamento desmotiva os grandes investidores, em um momento que a geração térmica a gás vem sendo incentivada em eventos internacionais, porque no futuro será bastante demandada. “Estão desmotivando o investidor, principalmente o estrangeiro, em fazer investimento no Brasil em uma coisa que temos certeza de que vai ser importante e necessária”, salienta.