A usina subterrânea do complexo Henry Borden, em Cubatão, está passando por um processo de troca das válvulas esféricas, que é considerado um dos trabalhos de manutenção mais difíceis feitos na estrutura. A substituição das peças é realizada a cada trinta anos e o serviço completo tem duração de três anos. A usina hidrelétrica é uma das quatro estruturas da Empresa Metropolitana de Águas e Energia – EMAE que geram energia elétrica.
De acordo com a EMAE, durante o procedimento, cada válvula é substituída por uma reserva, no total, são seis válvulas, uma para cada unidade geradora. Assim que a reforma é terminada, a válvula é instalada em outra unidade geradora, repetindo o processo. A manutenção de cada válvula tem duração de seis meses. Para que o serviço seja feito, é necessária a paralisação da operação da usina subterrânea, o fechamento das comportas que isolam o túnel adutor do reservatório Rio das Pedras e seu total esvaziamento.
A grande dificuldade para realizar a operação é que, sem água no interior do túnel, o lençol freático exerce uma grande pressão externa nas paredes, com o risco de tirar a blindagem local. Segundo estudos de engenharia, o limite de segurança sem água no túnel é de 50 horas. Em outras palavras, é uma verdadeira corrida contra o tempo.
O meticuloso planejamento da substituição prevê a troca em 40 horas, com tolerância de atraso de três horas. Equipes de mecânicos se revezam continuamente para não haver qualquer atraso e o trabalho seja concluído dentro do prazo. Mas, se algo der errado, as equipes da EMAE entrarão no túnel adutor, usando um bondinho tracionado por cabo de aço, e abrirão os parafusos de drenagem ao longo da blindagem. Nessa situação, a usina ficaria parada por um tempo maior, porém, com toda a segurança que o trabalho exige.