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A Raízen tem se movimentado de uma empresa do segmento de combustíveis para o setor de energia de forma mais horizontal. A aposta está na energia renovável em diversas fontes de olho na transição energética que está em curso na companhia e envolve além do etanol, geração, gestão e comercialização.
De acordo com o vice-presidente de Energia e Renováveis da Raízen, Frederico Saliba, a empresa acredita que o futuro da matriz energética nacional está na valorização de fontes sustentáveis. “Por isso, reforçamos, em todos os movimentos de negócios, o papel de protagonista na transição energética. A parceria com diferentes empresas e negócios é a solidificação da nossa crença de que a energia do futuro é parte fundamental da nossa atuação”, diz.
Saliba cita dois exemplos dessa fase da Raízen. Um deles o contrato com a cervejeira Heineken para quem fornece energia renovável a 23 centros de distribuição em 12 estados. “Nesta parceria, utilizamos como fonte de energia o sol, resíduos da cana-de-açúcar e outras fontes limpas, sendo que toda energia fornecida será certificada pelo I-REC Standard, garantindo sua origem limpa, renovável e que atende aos mais altos padrões de sustentabilidade energética”, destaca o executivo.
Outro exemplo é a parceira com o Grupo Gera em uma joint venture que atua com projetos de geração distribuída no Brasil, comercialização e soluções de tecnologia escaláveis. Nessa divisão há a gestão de ar condicionado, uso de medidores inteligentes ou instalação de placas solares. Hoje, continua, atende a milhares de clientes na modalidade de geração distribuída em um parque em ampliação de 350 MW, estamos presentes em 19 estados e 26 concessionárias.
Claro que o segmento de combustíveis continua no foco dos negócios da Raízen. Nesse sentido, há uma parceria com a montadora Volkswagen que contempla uma série de iniciativas, estimulando principalmente o uso do etanol, aliado à estratégia complementar entre carros elétricos, híbridos e flex, bem como a instalação de postos de recarga para os carros elétricos da marca, e o fornecimento de energia renovável para as fábricas e rede de concessionárias da montadora.
Mas voltando ao tema eletricidade, a eletromobilidade contou com um investimento da empresa na Tupinambá Energia startup no desenvolvimento de soluções de recarga elétrica veicular. O aporte foi anunciado ainda em janeiro ao valor de R$ 10 milhões.
“Complementamos nossa proposta para sustentar a expansão da rede de recarga elétrica no Brasil com o lançamento do programa de eletromobilidade Shell Recharge. Com carregadores de 50kW e 150kW, as estações Shell Recharge podem abastecer veículos elétricos em até 35 minutos com energia de fonte renovável certificada fornecida por meio de Geração Distribuída”, acrescenta Saliba. “Queremos expandir Shell Recharge rapidamente, principalmente em vias de grande movimento, e já prevemos a instalação de pelo menos 35 eletropostos de recarga rápida até o final do ano-safra, em março do ano que vem”, aponta.
Ainda no sentido de ir rumo à economia de baixo carbono, Saliba lembra do etanol de segunda geração. Esse combustível é produzido no Parque de Bioenergia da Costa Pinto, em Piracicaba (SP), é a única a operar em escala comercial de forma contínua a partir de tecnologias avançadas, que utiliza o bagaço de cana como matéria-prima. Segundo ele, o chamado E2G é uma “peça fundamental na transição energética, pois contribui no enfrentamento das mudanças climáticas, com uma pegada de carbono 30% inferior ao etanol convencional”.
Inclusive, a empresa está construindo três novas plantas dedicadas ao produto. Localizadas nos Parques de Bioenergia Bonfim, Univalem, e Barra, todas no estado de São Paulo, têm previsão de iniciar a operação entre 2023 e 2024. Somadas as capacidades chegam a aproximadamente 280 milhões de m³ por ano, dos quais 80% já foram comercializados em contratos de longo prazo.
Para ele, o reconhecimento dessa atividade veio com por meio da A-List, uma relação de empresas que estão liderando a transição para um mundo de baixo carbono.
“A partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, assumimos compromissos a serem realizados até 2030, com o objetivo de aprimorar processos em toda cadeia produtiva, reduzindo a pegada de carbono na produção de etanol e investindo, ainda mais, em nosso portfólio de energias renováveis, movimentos fundamentais para um crescimento sustentável”, diz. “Com a economia circular em nosso DNA, nossas unidades são autossuficientes na cogeração de energia elétrica a partir da queima de biomassa, sendo que mais da metade delas exportam a bioeletricidade excedente para a rede”, finaliza.