O modelo de comercialização de gás natural da Eneva aplicado nos campos de Parnaíba pode ser repetido na região Nordeste, assim como no Azulão. Este ano, a empresa comprou a Celse, em Sergipe, em um negócio bilionário de mais de R$ 6 bilhões. A aquisição deixa a Eneva em posição privilegiada na região. De acordo com a Gerente Geral de Comercialização de Energia da empresa, Gás Natural e Líquidos, Camila Schoti, a Celse trará acesso aos gasodutos de transporte, tendo como consequência entregas em outros estados.
“Conseguimos chegar aonde outros gasodutos não chegam, a partir de Parnaíba e Azulão. Mas ainda não tínhamos acesso à malha de transporte”, explica Schoti, que participou de painel na Rio Oil & Gas nesta terça-feira, 27 de setembro. Ainda de acordo com a executiva, o acesso ao GNL também permite a interiorização do energético em pequena escala. Ela lembra que o gás da Eneva é interiorizado e que há planos da empresa para interiorizar ainda mais.
Em julho, a Eneva fechou contrato com a Vale para fornecer gás no Maranhão a partir de 2024. O suprimento virá de concessões de exploração e produção na Bacia do Parnaíba, onde será instalada uma unidade adicional de liquefação com capacidade instalada de 300 mil m³/dia. Em maio, já havia sido anunciado com a Suzano o primeiro contrato de suprimento de GNL do Brasil de um produtor diretamente para um cliente industrial, por meio de uma unidade exclusiva para o atendimento. A primeira entrega também será em 2024 e os dois contratos demandarão investimentos para a implantação das duas unidades de R$ 1 bilhão.