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Nascida a partir da necessidade da Eneva de transportar o GNL entre o campo de Azulão, no Amazonas e a UTE Jaguatirica II (RR – 140 MW), a Virtu GNL quer escalar o mercado do transporte rodoviário desse insumo no país. A empresa, única brasileira especializada e dedicada exclusivamente a esse tipo de transporte, já projeta novos contratos de olho em produtores que querem monetizar o produto, mas não tem uma rede de gasodutos para comercializá-lo. “A gente leva gás natural aonde o gasoduto não chega”, explica Hamilton Amadeo, CEO da Virtu GNL. A meta é terminar 2022 com quatro contratos e em três anos, ter dez parceiros comerciais.
A Virtu apresenta soluções integradas de liquefação, transporte, estocagem e regaseificação. O executivo conta que o consumo do diesel par navegação de soja na região amazônica é muito alto e que na comparação, o GNL já aparece competitivo, trazendo uma emissão menor em torno de 30%. Amadeo conta que a criogenia aparece como uma tecnologia segura, eficiente e econômica para o armazenamento do gás que será transportado. A transportadora está negociando com a Eneva a criação de uma joint venture para exploração do mercado na Amazônia.
O executivo vê a Virtu como um híbrido entre um start up e uma empresa já estabelecida, uma vez que atua em um mercado que ainda está sendo criado. Por outro lado, tem um faturamento relevante de R$ 100 milhões. “No momento, o olhar não está voltado para o mercado consumidor do gás natural, mas sim para o mercado que quer monetizar a molécula”, sinaliza. A empresa tem negociações abertas e em breve deve anunciar novos contratos.
O transporte de GNL em pequenas escalas ainda é reativamente novo no país. Por conta disso, a adoção de tecnologias aparece como um desafio. Segundo Amadeo, hás saltos tecnológicos acontecendo e é necessário identifica qual o melhor equipamento. Ele dá como exemplo as carretas importadas da Índia pela Virtu. O veículo adota uma tecnologia espacial, capaz de ficar muito mais tempo exposta ao calor conseguindo manter com mais eficiência a temperatura o GNL. “Você precisa conhecer onde está sendo produzido, o melhor equipamento”, comenta.
Amadeo vê a transição energética como foco de oportunidades para a criogenia. A perspectiva para os gases renováveis, como o biometano e o hidrogênio verde, é de intensificação da produção. “Não vai construir gasoduto para cada pequena fonte”, avisa. O executivo lembra que as usinas de álcool não possuem dutos de transporte e são transportadas pelas rodovias.
Por estarem em locais remotos como Boa Vista e Silves, a empresa acaba ocupando um papel de contratador relevante nas regiões em que atua no transporte do GNL. A mão de obra é local e os motoristas passam por um processo de treinamento baseado no adotado para combustível pesado.