Por Alex Chermucsnis Vieira, consultor sênior da Copperleaf Technologies
Estamos testemunhando uma transformação profunda do setor de energia, impulsionada principalmente pelo compromisso de governos, empresas e sociedade em geral com a redução das emissões de carbono para mitigar os efeitos das mudanças climáticas nas próximas décadas. Denomina-se transição energética este processo global e complexo que engloba a ênfase no uso de fontes de energia renováveis de baixo carbono (principalmente eólica e solar), a expansão da geração distribuída, o aumento da participação da eletricidade na matriz energética (eletrificação do setor de transporte e indústria em geral), iniciativas de eficiência energética e mudança de hábitos de consumo, além de uma enorme expansão e modernização da infraestrutura de transporte e distribuição de energia elétrica para suportar estas mudanças.
Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), redes elétricas em todo o mundo, que levaram mais de 130 anos para serem construídas, terão que dobrar de extensão até 2040 e expandir-se outros 25% até 2050 para acomodar a eletrificação da matriz energética, que será chave para alcançar o objetivo de zerar as emissões líquidas de carbono neste horizonte de tempo, objetivo este denominado “Net Zero”. Isso irá exigir mais que triplicar os investimentos atuais de expansão e modernização a rede elétrica até 2030 e manter este patamar até 2050.
Planejar e coordenar estes vultosos investimentos não será tarefa fácil. Tradicionalmente, empresas do setor elétrico, e de outras indústrias intensivas em ativos, já experimentam uma grande dificuldade para decidir onde alocar seu capital e recursos limitados de forma a cumprir com seus objetivos estratégicos da forma mais eficiente possível. A transição energética irá intensificar esse problema, por aumentar o volume de investimentos e a complexidade de análise frente a cenários com tantas incertezas adiante. Por envolver muitas variáveis, como retorno financeiro, confiabilidade operativa, metas regulatórias, exposição a riscos, compromissos de ESG, entre outras, tais decisões esbarram em dificuldades quanto à definição objetiva de quanto valor cada investimento traz à organização, quais suas prioridades relativas (diferenciar entre importante e urgente), e como contribuem com cada objetivo estratégico do negócio. Diante disso, muitas empresas recorrem a um laborioso e lento processo de planejamento, geralmente apoiado por simples planilhas, que usa dados às vezes incompletos e qualitativos que dificultam comunicar e defender certos investimentos, e principalmente a tomada de decisões estratégicas da maneira mais eficiente e eficaz possível.
Nesse contexto, tendo que tomar complexas decisões de investimento com cifras da ordem de bilhões anualmente com confiança, efetividade e agilidade, inúmeras empresas têm obtido benefícios tangíveis expressivos — com ganhos em média de 7 a 20% do valor total das carteiras — com a aplicação de melhores práticas de planejamento, alinhadas à norma ISO 55000 de gestão de ativos, apoiada pelo uso de software de Analítica de Decisão da Copperleaf para:
- Alinhar projetos e programas de investimento com seus objetivos estratégicos;
- Analisar e quantificar automaticamente todos os benefícios financeiros, operacionais, de mitigação de riscos e estratégicos dos investimentos numa escala econômica comum;
- Aplicar otimização baseada em Inteligência Artificial (IA) para encontrar a combinação ideal de projetos, suas alternativas técnicas e momento de execução que maximiza os resultados esperados, respeitando o orçamento, metas e outras restrições aplicáveis;
- Obter a visão global do impacto das carteiras de investimentos sobre os indicadores e objetivos estratégicos da empresa em diferentes cenários, com agilidade, e reotimizar automaticamente o plano de investimentos sempre que necessário.
No Brasil, a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) é uma das empresas do setor elétrico pioneiras na busca de melhorias em seu processo de planejamento e adoção de melhores práticas da indústria. Com uma enorme área de concessão e tendo que atender um mercado crescente de energia de forma segura, confiável e eficiente, a equipe de Planejamento Integrado vem há anos, desde 2013, aprimorando seus processos de análise de necessidades atuais e futuras de seu sistema elétrico, coordenação de estudos multidisciplinares entre as diferentes áreas da organização, e priorização de investimentos com um racional de custo-efetividade alinhado aos seus objetivos estratégicos. Esta disciplina têm sido chave para acomodar, no planejamento da expansão do sistema, as novas demandas que têm surgido com a transição energética e expansão acelerada da geração distribuída (GD) em sua área de concessão.
Tais esforços já deram resultados: aplicando melhores práticas de planejamento e utilizando uma definição objetiva e padronizada de critérios de avaliação de projetos, além de um repositório centralizado de dados de necessidades e investimentos candidatos desenvolvido internamente, a CEMIG obteve redução significativa no tempo de análise e priorização de investimentos. Segundo Michele Pereira, da Gerência de Planejamento da Expansão da Distribuição da CEMIG, foram observados ganhos palpáveis nos impactos obtidos com a execução de projetos melhor justificados e selecionados, por exemplo na melhora dos indicadores de continuidade da distribuição (DEC e FEC), mesmo com um orçamento comparável ao do período anterior.
A transição energética já é uma realidade e não há dúvidas que ela irá exigir investimentos massivos em infraestrutura, a despeito de incertezas quanto à velocidade que ela irá ocorrer. Processos ultrapassados de planejamento, apoiados por ferramentas limitadas, já não suportam os grandes desafios que empresas do setor elétrico estão tendo que enfrentar. Felizmente, estão acessíveis melhores práticas e soluções já comprovadas que proporcionam o salto de qualidade e maturidade de planejamento que as organizações necessitam.
(Nota da Redação: Conteúdo patrocinado produzido pela empresa)