A Geração Distribuída (GD) alcançou a marca de 14 GW de capacidade no Brasil, mesma potência instalada da usina de Itaipu, maior hidrelétrica em operação e responsável por cerca de 10% da energia consumida no país.
De acordo com Guilherme Chrispim, presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), esse é um marco histórico para a modalidade de geração própria de energia, visto a binacional ter levado aproximadamente dez anos desde o início de sua construção, em 1974, até a operação da primeira turbina, tendo contado naquela época com cerca de 40 mil pessoas trabalhando para realizar as obras.
“A GD levou os mesmos 10 anos para alcançar a capacidade de Itaipu e também fornece energia limpa e renovável para o Brasil, mas com mais de 1,3 milhão de unidades geradoras espalhadas por praticamente todos os municípios do país, empregando atualmente mais de 400 mil pessoas em várias etapas da cadeia”, destaca o executivo.
Além de consolidar sua expansão, a modalidade acrescentou 1 GW de capacidade ao sistema (de 13 GW para 14 GW) em apenas 38 dias, o crescimento mais rápido já registrado. Segundo Chrispim, 2022 é o ano da geração própria de energia no Brasil, como já era previsto.
“Presenciamos uma aceleração sem precedentes nesse segmento e nesse ritmo devemos chegar a cerca de 16 GW até dezembro”, acrescenta.
Com mais de 1,7 milhão de consumidores, a GD está dividida entre as classes de consumo residencial (47,4%), comercial (30,3%), rural (13,4%) e industrial (7%). Entre as fontes dos sistemas de mini e microgeração de eletricidade, a energia solar é a mais presente, representando 98,3% do total; seguida por biomassa e biogás (1%), central geradora hidrelétrica (0,5%) e eólica (0,1%).
De acordo com a ABGD, com os atuais 14 GW de potência instalada, a geração distribuída tem capacidade suficiente para abastecer aproximadamente 7 milhões de residências ou 28 milhões de pessoas. Já a matriz FV responde por cerca de 68% da potência da modalidade, alcançando a terceira posição entre as principais fontes de energia em potência instalada no país, com chances reais de alcançar, em breve, a segunda posição das eólicas. Dos 20 GW de capacidade solar, cerca de 13,8 GW são provenientes da geração própria de energia.