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Aguardando os próximos passos do governo para a fonte eólica offshore no Brasil, potenciais fornecedores de suprimentos analisam o novo mercado. Na última terça-feira, 11 de outubro, o Energy Industries Council realizou no Rio de Janeiro (RJ) evento sobre Projetos, tendências e oportunidades da cadeia de suprimentos. Na ocasião, Hugues Corrignan, Managing Director da Wood, avaliou que a expertise de talentos da cadeia de óleo e gás aliada a da eólica onshore já existentes no Brasil serão importantes no início da fonte no Brasil. De acordo com ele, como é uma indústria que está acontecendo no mundo, a vinda de profissionais que estejam liderando projetos também será benéfica na fase inicial. A Wood tem presença global na entrega de engenharia de projetos e serviços técnicos para os mercados de energia. No Brasil ela atua nas áreas de óleo e gás e renováveis.

No Brasil, decreto em setembro iniciou Consultas Públicas sobre as diretrizes para Cessão de Uso de Área da Eólica Offshore e do Portal Único para Gestão do Uso de Áreas Offshore para Geração. A expectativa é que até o fim do ano etapas regulatórias já tenham sido vencidas.

Já no Reino Unido, a meta é ter 40 GW em eólica no alto mar até 2030. Atualmente são 13,5 GW. O objetivo deve custar 75 bilhões de libras ou R$ 440 bilhões de reais. A expectativa de conteúdo local é de 60%. Neil Gonding, Director de Market Intelligence do Energy Industries Council, enxerga oportunidades globais no mercado para os fornecedores de suprimentos. Cerca de 623 GW serão adicionados no mundo até 2030, Europa e Estados Unidos determinaram métricas ambiciosas de renováveis, além do desenvolvimento de novos mercados como Filipinas, Nova Zelândia e Índia.

Segundo Gonding, para o desenvolvimento da cadeia de suprimentos é necessário que se fomente a cadeia local, a fabricação de turbinas eólicas, a preparação da infraestrutura portuária. Nas sinergias com a cadeia de óleo e gás, estão projetos e fabricação de fundações; Subestações flutuantes e de águas profundas; Cabos dinâmicos e conectores de cabos e Infraestrutura portuária e embarcações. A transição energética no Reino Unido traz ainda oportunidades para hidrogênio e captura de carbono.

Adriano Gouveia, gerente de desenvolvimento de eólica offshore da Neoenergia, chamou atenção para a evolução das turbinas da fonte, que se em 2014 tinham potência de 3,6 MW com pás de 120 metros, já chegam a 13 MW de potência e pás de 220 metros. A adoção do Beauty Contest, modalidade em que critérios qualitativos e quantitativos de avaliação de propostas são considerados em detrimento do maior valor pago, poderia ser uma opção no início do desenvolvimento da indústria e da infraestrutura. Gouveia dá como exemplo o projeto de New York Bight (EUA – 5,6 GW) e capex de US$ 4,37 bilhões, 20 vezes mais oneroso que o de Scotwind (Escócia – 24,8 GW), que custou US$ 800 milhões.

A Neoenergia cadastrou 9 GW em projetos. A Iberdrola, que controla a Neoenergia e atua em vários países, tem mais de 30 GW em pipeline de projetos de Eólica Offshore e até 2030 quer ter 12 GW em operação.

Para ele, a nova fonte para deslanchar no Brasil terá que enfrentar dois grandes desafios: um é o da demanda, que pode ser debelado por meio da exportação do hidrogênio verde. O outro é o do custo dos projetos. Para Gouveia, o capex impediu que a fonte fosse inserida no Plano Decenal de Energia. Ainda de acordo com ele, a eólia offshore permitirá que a região Sudeste, onde estão localizadas as maiores cargas, abriguem uma nova fonte renovável, uma vez que a maioria das plantas eólicas onshore e solares estão no Nordeste. “Eólica offshore é oportunidade para gerar energia renovável no Sudeste, perto da carga”, avisa.

O tempo da janela de oportunidades para a eólica offshore brasileira foi lembrado por Fernanda Scoponi, Senior Business Developer Brasil da Total Energies. Segundo ela, outros países como Austrália e Romênia também estão prestes a dar o pontapé inicial na fonte e caso o Brasil se atrase pode perder o melhor momento para o desenvolvimento da fonte. “Talvez se a gente demore um pouco mais, como fica a nossa competitividade para desenvolver essa cadeia de fornecimento aqui no Brasil?”, questiona. A executiva vê sinergias com a atividade de óleo e gás, como o cuidado no licenciamento ambiental e olhar para a área social.

Ela elogia os movimentos feitos até agora pelo governo brasileiro e considera que o decreto mostrou a disposição do governo em tratar do assunto. A Total tem três projetos em fase de licenciamento, nos estados do Ceará, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A expectativa de Fernanda é que se houver uma cessão de uso da área em 2023, a operação da eólica offshore pode começar em 2030. A Total, através da subsidiária Total Eren, tem 300 MW em operação, com três solares e duas eólicas em operação. A intenção é ter um pipeline de projetos de 1 GW em 2023.