O primeiro leilão de energia nova A-5 atendeu um dos objetivos colocados pela lei 14.182/2022 que era o de contratar metade do volume de PCHs e CGHs. Foram 49,4% do total. O certame resultou em contratos que somam pouco mais de 15,3 milhões de MWh e 175,5 MW em potência instalada de um total de 2 GW que deverão ser inseridos no setor elétrico até 2026. Apesar disso, atender a lei pode representar uma dificuldade diante da baixa demanda declarada pelas distribuidoras nesses leilões nos próximos anos.
Segundo Erik Rego, diretor de Estudos de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética, diante desse cenário os certames continuarão a ser feitos até se alcançar o que está na legislação, sendo o volume mínimo de 50% até 2026. Depois desse ano, continuou ele, o índice muda mas segue até fechar o volume estabelecido na regra que saiu do Congresso Nacional.
A baixa demanda esperada se confirmou no certame com apenas duas concessionárias que apresentaram necessidade de contratações. Renata Rosada, assessora especial de Assuntos Econômicos do MME, lembrou que o mercado regulado já vem de volumes pouco expressivos e que as portarias de abertura de mercado (da alta tensão e de consulta pública para abrir a baixa tensão) não impactaram o certame.
Inclusive, ela ressaltou ainda que o governo sempre avalia novas alternativas em relação a produtos colocados no leilão. Não houve lances das térmicas a carvão e a biogás dos seis projetos habilitados nessa disputa. E que o governo vem seguindo a meta de contratar fontes mais baratas de energia e com valores inferiores ao pmix de distribuidoras e que as estratégias de leilões futuros continua a ser aprimorada para manter esse ritmo. Inclusive, a redução de prazos dos contratos que estão em estudo no MME.
Já os valores de eólica e solar na faixa de R$ 170/MWh não devem ser considerados uma tendência do mercado por termos poucos projetos viabilizados no certame. Já em referência à fonte hídrica com sua representatividade na disputa pode ser que o valor comercializado que variou de R$ 279 a R$ 275 por MWh pode ser um preço de indicação da fonte, avaliou Rego.