As chuvas em grande quantidade no Sul e Sudeste do país e a carga em desaceleração criaram um cenário que levou o custo marginal de operação médio da semana ao patamar ainda mais baixo do que o reportado sete dias atrás. Agora o valor médio calculado pelo Decomp é de R$ 3,02 em todo o país. Esse nível reflete a carga pesada em R$ 3,09, a média em R$ 3,08 e a leve em R$ 2,94/MWh.
A energia natural afluente para o maior submercado do país, o Sudeste/ Centro-Oeste continua acima da média histórica, a projeção é de encerrar outubro com 116% da MLT. É o que aponta a segunda revisão do Programa Mensal de Operação nesta sexta-feira, 14 de outubro. Mas está no Sul o maior volume de vazões com 185% da média de longo termo. Esse dado corrobora a afirmação do meteorologia Pedro Regotto, da Climatempo no CanalEnergia Live da última quinta-feira, 13, onde houve ocorrência de vazões que aproximaram-se do triplo da média histórica em algumas bacias da região. Para assistir a edição em que ele fala sobre o a previsão de vazões, clique aqui.
Nos demais submercados, os índices estão em níveis mais moderados. No Nordeste é de 66% da MLT e no Norte em 82% da média histórica.
Como já citado, a carga continua a desacelerar, começou outubro com estimativa de alta de 3,9% sobre o mesmo mês de 2021, recuou na semana passada para alta de 1,1% e agora a nova projeção indica alta de apenas 0,5% ante mesmo período do ano passado. Há dois submercados onde a estimativa é de queda, o Sul com retração de 3,4% e o Nordeste em 3,5%. Enquanto isso no SE/CO é projetada uma elevação de 1,3% e no Norte a alta é bem mais expressiva, de 10,7%, influenciada pela retomada de uma planta de alumínio que no ano passado estava desligada.
Segundo a análise do Operador Nacional do Sistema Elétrico, esse comportamento da carga está ligado à ocorrência de temperaturas mais amenas ante aquelas esperadas para o período, principalmente nos subsistemas Sul e SE/CO.
Considerando esses dados, a perspectiva é de que o deplecionamento dos reservatórios no maior submercado do país desacelere. O cálculo indica redução de apenas 0,2 ponto porcentual no SE/CO, passando de 51,1% atuais para 50,9% no dia 31 deste mês. No Sul continuam níveis mais elevados com previsão de alcançar 92,7% daqui a duas semanas. No NE é de 60,8% e no Norte quase o mesmo índice, 60,9%.
A previsão de despacho térmico teve uma leve alteração devido a uma previsão de geração por restrição elétrica de 47 MW médios. De resto, os 5.760 MW médios serão por inflexibilidade declarada pelas usinas.
Em termos de meteorologia, o ONS reportou a ocorrência de precipitação nas bacias dos rios Uruguai, Iguaçu, Paranapanema, na calha principal do Paraná e na incremental à UHE Itaipu. As bacias dos rios Tietê, Paraíba do Sul, Tocantins e Madeira apresentaram chuva fraca. Já para a semana de 15 a 21 de outubro, a previsão indica precipitação nas bacias dos rios Uruguai, Iguaçu, Paranapanema e na calha principal do Paraná. E ainda, deve chover com intensidade fraca nas bacias dos rios Jacuí, Tietê, Grande, Paranaíba, Paraíba do Sul, alto São Francisco e Tocantins.