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A baixa demanda do leilão de energia nova A-5 não surpreendeu representantes das fontes de geração que participaram do certame realizado nesta terça-feira, 14 de outubro. Alguns executivos lamentaram, porém, não terem podido vender mais energia no leilão, que teve com compradoras apenas a Cemig e a Equatorial Pará.

Foram contratados 176,8 MW médios, ao preço médio de R$ 237,48/MWh e com deságio de 26,38%. Um resultado dentro do esperado para os investidores em pequenas centrais hidrelétricas (PCHs e CGHs), que tem garantida por lei a contratação obrigatória de 50% da demanda dos leilões regulados dos próximos anos, até o limite de 2GW.

A participação de apenas duas distribuidoras com volume pequeno a ser contratado pode ter, no entanto, influenciado a redução dos preços da fonte. Os geradores conseguiram emplacar 12 usinas no certame, ao preço médio de R$ 278,06/MWh e deságio de 20,46% em relação ao valor inicial.

“Eu tenho expectativa de que essa demanda para os próximos certames deve crescer. A gente teve uma serie de sinais que ainda não fizeram com que o país tivesse uma retomada de crescimento”, disse o presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa, Charles Lenzi. O executivo admitiu que a demanda reduzida não foi surpresa, embora se esperasse um valor um pouco acima do registrado no leilão, mas acredita que o cenário pode melhorar com a retomada da economia.

Para a Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias embora o valor negociado pela fonte tenha sido pequeno, comparado ao de contratações anteriores, é preciso considerar o cenário econômico em que o país se encontra. “O resultado já era esperado, o mercado não tinha grande expectativa para este leilão”, resumiu a presidente da Abeeólica, Ébia Gannoun.

Empreendedores eólicos conseguiram fechar contratos de três projetos já outorgados na Bahia e no Rio Grande do Norte, com 115,3 MW de capacidade instalada. O volume de venda corresponde a 21,6% do total de MW médios contratados. Por estratégia comercial, foram ofertados ao mercado regulado 40,9% do montante passível de contratação, uma vez que a intenção dos geradores é reservar o restante para o ambiente livre. Os investimentos previstos para essas usinas são superiores a R$ 623 milhões.

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica apontou os empreendimentos da fonte entre os grandes destaques do A-5, com o menor preço médio de venda (R$ 171,41/MWh) entre os vencedores do certame e deságio de 38,7% frente ao preço-teto de R$ 280/MWh.

Para a Absolar, a tecnologia poderia liderar o leilão, “se não fosse o “jabuti” da lei da capitalização da Eletrobras, que obrigou a contratação de PCHs a preços-médios de venda 57% mais caros.” Acostumados a fechar contratos com montantes elevados de energia e de potência, os investidores em energia solar contrataram no certame apenas quatro usinas com 200 MW de capacidade, localizadas nos estados de Minas Gerais e Paraíba.

Os investimentos previstos ultrapassam R$ 822,3 milhões e, diferentemente das eólicas, a opção foi por comercializar mais de 80,7% da energia elétrica no ambiente regulado, deixando para o restante para o ambiente livre.

“A fonte solar precisa ocupar cada vez mais espaço nos leilões, conforme ajustes nas diretrizes de contratação verificadas neste certame em particular. Estamos no caminho certo e o setor está pronto para contribuir com mais energia elétrica competitiva e limpa para o País continuar a crescer”, defendeu em nota o vice-presidente do Conselho de Administração da entidade, Márcio Trannin.

O presidente executivo da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos, Yuri Schmitke, também defendeu maior espaço para fonte, lembrando que apenas o projeto da URE Barueri (SP) conseguiu negociar energia, vendendo os 25% de capacidade do empreendimento que ainda estavam descontratados. Faltou demanda para os outros nove empreendimentos cadastrados na Empresa de Pesquisa Energética.

“Infelizmente, ainda faltam estímulos por parte das autoridades públicas, uma vez que essa fonte é uma solução de saneamento ambiental que também gera energia. Precisamos de mais projetos cadastrados para criar um mercado no Brasil”, reclamou Schmitke.

A participação da biomassa, que teve duas usinas vencedoras do certame com preço médio de R$ 211,70/MWh, foi avaliada pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia, ao comentar o resultado do A-5. “A cogeração a biomassa tem papel fundamental na matriz elétrica brasileira por ser uma fonte resiliente, eficiente, competitiva e, sobretudo, renovável, além de contribuir para poupar 14 pontos percentuais do nível de água dos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste (SE/CO) em 2021”, afirmou a entidade, em nota à imprensa.

Foram negociados no certame 46,7 MW (8,3%) das térmicas a bagaço de cana – as UTEs Nardini Aporé (GO), com 25 MW, e Lasa Lago Azul (GO), com 21,7 MW.