As chances que não podem ser desperdiçadas deram o tom na abertura do Brazil Windpower 2022, nesta terça-feira, 18 de outubro, em São Paulo (SP). As potencialidades do Brasil nas energias renováveis fazem com que os investidores direcionem seu olhar para o país. De acordo com a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias, Élbia Gannoum, houve uma mudança na premissa que a economia determinava o investimento em energia. Agora os planos de retomada dos países sinalizem que a energia é um fator determinante do crescimento. “Não vamos esperar a economia crescer para investir em energia, vamos investir em energia para fazer a economia crescer”, explica.

Segundo a executiva, no último ano, muitos investidores do setor de óleo e gás tem se aproximado das fontes renováveis, fazendo parcerias com eólicas para aproveitar as potencialidades que o Brasil possui. “Os investidores enxergam claramente o momento que a economia global está vivendo e não vamos deixar o Brasil perder esta oportunidade”, avisa. Ainda de acordo com ela, o momento de eleições é importante e desafiador para os investidores, mas que em breve será uma página virada e todos os atores continuarão a cumprir seus papéis de desenvolvedores da fonte eólica no país.

Ainda durante a abertura, o presidente do conselho da ABEEólica, Fernando Elias, também lembrou que o país não pode perder as oportunidades. Para ele, o momento atual mostra que o mundo não pode confiar em uma única fonte e em um único fornecedor. Elias reforçou temas desafiadores do setor, como o fim dos incentivos, o acesso a transmissão, a sustentabilidade da cadeia e um arcabouço regulatório para a energia eólica. “O Brazil Windpower desse ano tem objetivo de acelerar a agenda da transformação energética”, avisa.

Morten Dyrholm, Presidente do Conselho do Global Wind Energy Council, citou o avanço e o êxito que a fonte eólica obteve ao longo dos anos, saindo dos subsídios e da Pesquisa & Desenvolvimento para a plenitude da competitividade. Ele vê lacunas entre as elaborações de políticas o que acontece na prática, assim como no licenciamento pelo mundo, em que pede mais agilidade nos processos. Ele foi mais um a ressaltar sobre as oportunidades que o mercado brasileiro poderá se aproveitar nas energias renováveis.

Embaixador dos Ventos – Laura Porto, a diretora da Neoenerga recebeu o prêmio de ‘Embaixadora dos Ventos’. Laura Porto teve destaque no desenvolvimento da fonte eólica no Brasil, quando ainda se acreditava que o potencial estava apenas nos litorais e posteriormente no Proinfa, que deu a largada nas EOLs brasileiras. Segundo ela, o trabalho fez a diferença para que a energia eólica seja o que é hoje.