O setor eólico está em expansão e novas tecnologias estão surgindo. “Temos que mudar as tecnologias e as que estão surgindo estão se tornando convenientes anos após anos”, disse o diretor da Agência Internacional de Energia (IRENA), Francesco La Camera. Ele ainda destacou que estamos no caminho certo e vamos construir um novo sistema baseado em grande parte por renováveis e hidrogênio.
“Temos que mudar drasticamente como produzimos e utilizamos energia e aumentar a capacidade instalada com energias renováveis até 2030. Temos 260 GW implantados e precisamos que chegar a 800 GW de capacidade instalada em linha com o acordo de Paris. Em 2030, iremos saber se estamos alinhados com a meta”, ressaltou Francesco.
Durante o Brazil Windpower, o executivo ainda destacou que cerca de US$ 5,7 trilhões são investidos nesse segmento por ano e acredita ser importante triplicar esse valor. “Temos que deixar claro que renováveis podem oferecer excelentes contribuições ao PIB e trazer mais empregos. O Brasil deverá crescer cerca de 10% nessa área de renováveis”, explicou.
Já o presidente da PSR, Luiz Barroso, destacou que precisamos dobrar os esforços para conseguir atingir os objetivos de controlar a temperatura através da redução das emissões e que as renováveis podem ser protagonistas nesse contexto. “A gente também pode olhar para a solar, biomassa, elétrica pois todas elas são complementadas com novas tecnologias que muitas delas, inclusive, não existem ainda”, disse.
Barroso ainda destacou a Costa Rica que é um país latino-americano que tem uma matriz hoje 100% renovável. “O País é um case que tem 100% de renovável feito por hidrelétricas e eólicas e hoje é o grande Business da Costa Rica e essa provocação é muito boa para começar a trazer ao nosso Brasil”, afirmou.
“Eólica é uma fonte que tem sido espetacularmente útil para o País como foi demonstrado no ano passado na crise hídrica. Se não fosse a produção na energia eólica somada evidentemente para a contribuição da fonte solar e a geração distribuída o Brasil realmente tinha passado um aperto muito grande”, declarou Barroso.
Por outro lado, o diretor da GWEC (América Latina), Ramón Fiestas, destacou o desalinhamento entre as necessidades de políticas climáticas das públicas para a indústria de energia. “Somado com a experiência da COP 26, mostramos para o mundo que a energia eólica é uma aliança de cidadãos e governos. A energia eólica não pode ser uma arma como o gás é hoje em dia, ela tem que ser uma solução. Existe uma lacuna clara do acordo com as políticas nacionais. Existe um potencial de atrair novos empregos e com tecnologias novas, como a offshsore. A energia eólica tem uma solução e oferece uma grande parte oportunidade de disseminar uma mensagem forte para o mundo que a energia é aliada aos cidadãos contra a crise climática”, ressaltou.
Ele ainda afirmou que é preciso triplicar as instalações de fontes de energia eólica. “Existem alguns gargalos que estão restringindo a energia eólica e falta uma integração com as políticas energéticas. Precisamos implementar os investimentos e atualizar os sistemas energético”, disse.
Para o diretor executivo da Olade, Alfonso Blanco, toda a região da América Latina tem uma matriz energética bastante verde em relação ao resto do mundo. “A nossa região está numa boa posição. Há um ano atrás publicamos um relatório das ações em energia de fontes renováveis para a América Latina e essa é a força da nossa região. A AL está mais estável em relação ao resto do mundo”, ressaltou.
Já para a presidente da ABEEólica, Elbia Gannoum, o Brasil tem um diferencial muito grande em 2017 e 2018 veio uma mudança muito importante associada à evolução da indústria e a evolução do mercado. “Hoje a fonte eólica é a segunda fonte da matriz e nós temos que olhar para essa matriz e o Brasil possui uma das matrizes energéticas mais renováveis do mundo e nós temos muito que fazer principalmente no que se refere à indústria, principalmente, na nossa indústria de commodities. Hoje eu enxergo no curto e médio prazo uma saída importante para nossa exposição que é atender esta indústria, que está ávida por contratar as nossas renováveis não só pelo fato de ser uma fonte limpa, mas por ser uma fonte extremamente competitiva. Então nós temos que avançar para esse nicho de mercado porque essas empresas estão na discussão mais ampla de ESG e estão custando fazer a transição energética. Esta é a nossa oportunidade de mercado agora”, finalizou.