O governo do estado do Rio Grande do Norte começou a se movimentar no sentido de assumir o protagonismo na produção eólica offshore. O governo está atuando para viabilizar um novo porto dedicado à economia de baixo carbono e assim atrair a indústria que cerca o desenvolvimento de produtos que usam o hidrogênio verde. A previsão é de que as obras desse novo terminal logístico, comecem entre o final de 2024 e início de 2025.

Além disso, a governadora reeleita, Fátima Bezerra (PT), aproveitou a presença de toda a indústria eólica no Brazil Windpower 2022, realizado pelo Grupo CanalEnergia, by Informa Markets, ABEEólica e GWEC, em São Paulo, para assinar dois memorandos de acordo com fabricantes de aerogeradores. Um com a Nordex Acciona e outro com a Siemens Gamesa com foco na colaboração entre a indústria e o governo para troca de conhecimento e desenvolvimento do setor no estado, que já é o maior em capacidade instalada da fonte onshore.

“Quero que o Rio Grande do Norte esteja à altura de exercer o protagonismo da offshore”, disse a governadora em entrevista coletiva.

Nesse sentido, acrescentou, apesar de ainda não haver um marco regulatório para a tecnologia offshore o estado está fazendo sua lição de casa para estar preparado para o momento que a regulação chegar. Até porque, disse ela, um estudo feito pelo Senai-RN apontou que o potencial dessa fonte apenas no Rio Grande do Norte é da ordem de 140 GW. Para fins de comparação, atualmente há naquele estado 6 GW em operação onshore.

“Hoje somos exportadores de energia para o Brasil, com a offshore queremos exportar energia para o mundo, para isso estamos proporcionando a infraestrutura logística necessária com o porto indústria verde e o programa estadual de hidrogênio verde”, comentou a executiva.

No que se refere ao porto, serão 13.300 hectares de área destinada à indústria e à logística no norte do estado, na região que fica de frente aos projetos que estão em desenvolvimento, na face equatorial do Brasil. Segundo a governadora, o modelo desse porto será via PPP. Na região o governo quer atrair indústria relacionada ao H2Verde, como o metanol, amônia e siderúrgicas que produzam com o insumo. Outro foco é a exportação, pois a localização geográfica pode reduzir o custo de transporte do hidrogênio.

A previsão é de que as primeiras usinas possam iniciar a operação comercial em oito anos. Mas isso ainda depende de marcos regulatórios ainda estão em tramitação no Congresso Nacional.