A cadeia produtiva e seus insumos trazem consigo crescimento e novos desafios da competitividade. “Muitos desafios para os investidores e principalmente para a cadeia produtiva. Vivemos momentos de anomalias na cadeia produtiva, com relação a cadeia de preço mesmo e não sabemos o que vai acontecer em 2025 e 2026. Precisamos estar atentos a tudo que está acontecendo”, disse o diretor técnico da ABEEólica, Sandro Yamamoto.

Já o head de procurement para Latam da Vestas, Rodrigo Ugarte Ferreira, afirmou durante o Brazil Windpower 2022, que tem observado um momento diferente e um problema muito bom com o crescimento acelerado das fontes renováveis e isso aumentou a necessidade por energia renovável, a eólica. “Vejo um desafio muito interessante e o crescimento deverá dobrar até 2030. A segurança energética é o novo normal”, declarou.

De acordo com o executivo, o setor eólico tem uma oportunidade de ouro para viabilizar uma plataforma de exportação. “Temos que ampliar o valor que geramos aqui. Um dado importante, a cada 1MW gerado em eólica, cerca de 10,7 empregos são gerados. Temos um belo futuro pela frente”, explicou.

Por outro lado, o deputy general manager Brazil da Goldwind, Roberto Veiga, declarou que o Brasil poderá proporcionar um futuro melhor com a energia limpa. “Temos o melhor programa no Brasil, a produção verde. Temos que incentivar a energia limpa e focar nisso. Hoje temos aqui no Brasil a primeira fábrica da Goldwind fora da China e acreditamos muito que o Brasil vai crescer muito nesse sentido, pois o País é um grande celeiro para o setor eólico. Iremos utilizar a cadeia produtiva instalada no Brasil e vamos crescer muito nesse setor”, disse.

De olho nesse mercado brasileiro, a empresa tem apostado em máquinas com menos peso. “No Brasil, com os novos equipamentos queremos ficar com potencial de 6 MW a 7.8MW a partir de 2024 com a entrega de máquinas novas, e sempre obedecendo a regra do FINAME”, declarou. As novas máquinas da companhia serão feitas em duas configurações para atender o mercado.

O diretor da Siemens Gamesa, Felipe Ferrés, destacou que um dos grandes desafios encontrados no Brasil é trabalhar com a inflação. Segundo ele, Europa e Estados Unidos estão descobrindo essa movimentação com inflação somente agora. “Temos que pensar sempre que a indústria continua crescendo e tem que ser saudável. Hoje o setor não está preparado para isso e precisamos ajustar de acordo com o jeito que trabalhamos. Há uns dois anos atrás, os players trabalhavam para buscar competitividade, hoje é um processo de desglobalização e isso trouxe resiliência para o mercado. De certa forma isso cria uma descentralização do grupo de compras. Precisamos de fornecedores locais fortes”, ressaltou. Ele ainda afirmou que o hidrogênio verde deverá vir e ganhar destaque antes da offshore. “Ele virá para aumentar o passo para acelerar o crescimento da offshore no Brasil”, afirmou.

Contudo o diretor superintendente da WEG Energia, João Paulo Gualberto da Silva, declarou que o mercado eólico no mundo está doente. “Basta observar que as empresas estão anunciando cortes de 20% em suas forças e isso indica que tem algo errado, pois o mundo precisa cada vez mais de energia. O Brasil não é o problema dessas empresas, isso é algo mundial. E acredito que a situação só vai começar a melhorar a partir de 2023”, disse.

De acordo com o executivo, o Brasil tem uma vocação hidráulica muito grande. “O eólico não precisa de mais competitividade em relação as outras fontes. A eólica é a fonte mais competitiva no Brasil”, ressaltou Silva. Ele ainda acredita que a geração de energia renovável contribuirá para o Brasil ser um provedor de commodities verdes para o mundo. “O mundo quer comprar produtos verdes”.

Para o diretor técnico da Torres Eólicas do Nordeste (TEN), Roberto Miranda, o Brasil está entrando em uma transição e virá com alguns parâmetros e exigências novas. “Não vamos conseguir aumentar a produção de energia sem a participação da sociedade. Isso é muito importante”, afirmou. Ele declarou que hoje a companhia conta com 40 menores aprendizes dentro da fábrica, remunerados com assistências iguais a dos funcionários, 14 estagiários na produção e 30 funcionários PCDs “Desses 30, 6 estão na produção. É um compromisso social e com a sociedade local”.

Para finalizar, o diretor de compras da Nordex, Marcelo Aparecido da Costa, afirmou que a inclusão não deve ser vista como um modismo. “Tem que ser séria e de transparente. A alta gestão precisa entender essa importância. Responsabilidade e seriedade”, finalizou.