O Cepel obteve a patente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para o Soma-Turbodiag, solução desenvolvida no âmbito do programa de Pesquisa e Desenvolvimento para avaliação de integridade estrutural, monitoramento, diagnóstico e prognóstico de vida remanescente em turbinas de centrais termelétricas.

O projeto tem como principais clientes as empresas Eletrobras, Eletronorte, Furnas, Chesf, CGT Eletrosul e Diamante Energia. Segundo o Centro, um sistema piloto está sendo instalado na usina de Jorge Lacerda, com os próximos passos envolvendo parcerias para comercialização deste produto no Brasil e do exterior.

Os métodos patenteados foram desenvolvidos para estimativa do dano total acumulado por fluência e por fadiga e para estimativa da vida remanescente de componentes críticos em UTEs, como o rotor de alta pressão de uma turbina a vapor. Os avanços foram concluídos pelos pesquisadores Bruno Reis Cardoso, Carlos Frederico Trotta Matt e Heloisa Cunha Furtado em 2014, com um módulo baseado nessa metodologia sendo incorporado ao Soma.

Utilizando dados medidos por sensores instalados nos componentes, a ferramenta possibilita aos engenheiros de operação e manutenção acompanhar, em tempo real, a evolução do dano total acumulado e a estimativa de vida remanescente. Essas informações são importantes para tomada de decisão das equipes de engenharia das usinas quanto à programação das paradas para manutenção.

Entre os principais benefícios do novo recurso, é citada a redução dos custos de O&M, com o aumento do intervalo de tempo entre as paradas programadas para manutenção preditiva, visto o sistema de supervisão e prognóstico permitir uma avaliação do real estágio de degradação dos componentes. Assim paradas desnecessárias definidas com base apenas em critérios do fabricante, geralmente muito conservadores, são evitadas.

Outro trunfo é o aumento da confiabilidade e segurança do ativo a partir da diminuição do número de paradas intempestivas (não programadas) das UTEs, já que a manutenção corretiva se torna muito menos frequente. Isso acontece devido ao acompanhamento da evolução da degradação dos componentes, que dá o poder de estabelecer em tempo hábil um plano de ação para evitar falhas de natureza catastrófica, evitando-se perdas econômicas e humanas.